sexta-feira, 19 de junho de 2009

LXVIII - Uma breve crítica ao cristianismo e a sua mais atroz forma: o (neo)pentecostalismo - parte 9 de 16



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§ 68






2.6. A genealogia de Jesus


Nas igrejas onde não reina o fundamentalismo, é comum a saudável idéia de que a história de Adão e Eva é apenas um mito, um texto poético e simbólico.

Em Lucas 3, 23-38 temos a transcrição da genealogia de Jesus Cristo. E qual não é a nossa surpresa - como indivíduos razoáveis e não fundamentalistas - em ler, ao versículo 38, a conclusão da genealogia: "e Cainã, de Enos, e Enos de Sete, e Sete, de Adão, e Adão, de Deus"?

Diante dessa colocação, o indivíduo não fundamentalista, que sabe ser impossível a sustentação factível del cuento de Adão e Eva, e que sabe que seria estupidez sustentar que, também aqui, numa descrição de genealogia, esse texto, também, estaria eivado de "linguagem figurativa", pode fazer duas afirmações: ou o autor desse texto acreditava que a história dos primeiros capítulos de Gênesis era verdadeira - o que é aceitável para a época dele, mas é ridículo atualmente - ; ou ele sabia que era mentira - como realmente é - mas colocou assim mesmo no evangelho para mostrar seu compromisso com o Pentateuco.

As duas hipóteses perfazem uma grave consideração: ou a Bíblia mente descaradamente, ou a Bíblia contém uma mentira lá colocada pela ingenuidade do autor do evangelho de Lucas. Um indivíduo sensato terá que considerar, das duas, uma, o que, invariavelmente, cria dúvidas sobre a veracidade de qualquer afirmação extraordinária do sacro livro (como os milagres e as profecias). Se inventaram isso, por que não teriam inventado, também, outras coisas? Se se enganaram aí, por que não teriam, também, se enganado em outras passagens?


2.7. O livre-arbítrio

Um dos muitos conceitos controvertidos do cristianismo e da teologia é o tal do "livre-arbítrio" (1). Esse conceito ganhou maior destaque com a ascensão do protestantismo, na tentativa de adequar os dogmas religiosos à realidade burguesa.

Não obstante a história de Adão e Eva ser um mito (não para um fundamentalista), há nela um exemplo do suposto livre-arbítrio, o qual, aliás, exerce um papel fundamental na tentativa de dar alguma coerência a essa história mal contada. Se não houvesse livre-arbítrio, não seria possível ter-se cometido o pecado original, o qual consistiu na desobediência a deus.

Observe a contradição de tudo isso: se é livre para obedecer ou não, e se não obedecer haverá castigos horríveis e que se estenderão por milênios (ou mesmo por toda a eternidade). E tudo isso porque deus é perfeito e não admite conviver com o pecado, ou, em outras palavras, porque ele é mimado e não admite ser contrariado. Isso é típico de Jeová: atire nas pernas, depois "ofereça" (isto é: imponha sob ameaças de danação eterna) aulas de sapateado. Além disso, Jeová não explicou quais seriam as terríveis conseqüências do pecado; ele apenas disse "para que não morrais" (lembrando que presumivelmente, Adão e Eva nem mesmo sabiam o que era a morte). Convenhamos, se Jeová tivesse dado uma explicação melhor das conseqüências funestas do pecado da desobediência, se ele tivesse mostrado todo o sofrimento e morte que isso acarretaria, se ele tivesse explicado sobre os planos maquiavélicos de Lúcifer (o qual "se infiltrou" (mas deus não é ONISCIÊNTE?) no Jardim do Éden para cumprir sua missão de levar a humanidade à rebelião contra deus), se tivesse feito tudo isso, dizia eu, é razoável supor que Adão e Eva não seriam estúpidos o bastante para desobedecê-lo. Mas ele não fez nada disso. Para um ser perfeito, esse seu comportamento é bastante negligente e propositadamente ingênuo. (3) E nem venha me dizer que deus estava "testando" a sua criação, porque senão eu vou repetir: mas deus não é ONISCIÊNTE? Um ser onisciente não precisa testar nada nem ninguém, pois ele já sabe tudo ex ante. Jeová já sabia que a sua criação era imperfeita e suscetível à enganação e à rebelião: qualquer imbecil saberia o que o homem faria com seu livre-arbítrio no contexto no qual ele foi posto para viver.


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1 (nota para esse blog) Outros capítulos desse blog que mencionam o livre-arbítrio e a história do pecado original: XXXVI, XXXVII e LXVI.

2 (nota do texto original) Que liberdade há em Êxodo 14:4? O próprio deus "endurece o coração" do faraó (o qual, supunha-se, nem precisaria desse artifício, já que ele era um adorador de Mamon - já por aqui percebe-se que a fundamentação da moral NÃO ESTÁ em Jeová) para depois castigá-lo (e castigá-lo duramente) por ter agido em conformidade com alguém que está com o coração endurecido. Aparentemente, o faraó e todo o povo do Egito apenas serviu de joguete para que Jeová demonstrasse o seu poder para o "povo escolhido", e tudo isso por baixo de uma falsa moralidade, que exige um "pecado" (nem que seja na marra) para depois exigir um castigo.




Atenção: Como eu já disse no § 46, esse texto foi escrito em 2002, quando eu tinha 16 anos. Muito do que está escrito aqui já não representa com exatidão a minha atual forma de pensar. Porém creio que o texto ainda pode ser útil para aqueles que atualmente vivem situações (de apostasia) semelhantes às que eu vivi à época em que escrevi isso.

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Tempore, quo cognitio simul advenit, amor e medio supersurrexit.

Um comentário:

Duan Conrado Castro disse...

Por que Deus nunca chegará a ser professor titular ou pesquisador do CNPq e da Capes?

Não é novo, mas, em épocas de discussões de Tabela CNPq, sempre é bom rever...

1. Só tem uma publicação;

2. Esta publicação não foi escrita em inglês e sim em hebraico (mesmo
que tenha sido traduzida para vários idiomas);

3. A referida publicação não contém referências bibliográficas;

4. Não tem publicações em revistas indexadas, ou com comissão
editorial, ou ainda com pareceristas;

5. Há quem duvide que sua publicação tenha sido escrita por ele mesmo.
Em um exame rápido, se nota a mão de, pelo menos, 11 colaboradores;

6. Talvez tenha criado o mundo. Mas o que tem feito, ou publicado, desde então?

7. Dedicou pouco tempo ao trabalho (apenas 6 dias seguidos);

8. Poucos colaboradores Seus são conhecidos;

9. A comunidade científica tem muita dificuldade em reproduzir Seus resultados;

10. Seu principal colaborador caiu em desgraça ao desejar iniciar uma
linha de pesquisa própria;

11. Nunca pediu autorização aos Comitês de Ética para trabalhar com
seres humanos;

12. Quando os Seus resultados não foram satisfatórios, afogou a população;

13. Se alguém não se comporta como havia predito, elimina-o da amostra;

14. Dá poucas aulas e o aluno para ser aprovado tem que ler apenas o
Seu livro, caracterizando endogenia de idéias;

15. Segundo parece, Seu filho é que ministra Suas aulas;

16. Atua com nepotismo, fazendo com que tratem Seu Filho como se fora Ele mesmo;

17. Ainda que Seu programa básico de curso tenha apenas dez pontos
básicos, a maior parte dos Seus alunos é reprovada;

18. Além das Suas horas de orientação serem pouco freqüentes, apenas
atende Seus alunos no cume de uma montanha;

19.. Expulsou os Seus dois primeiros orientados por aprenderem muito;

20. Não teve aulas e nem fez mestrado com PHDeuses;

21. Não defendeu teses de Doutorado, Livre Docência;

22. Não se submeteu a uma banca de doutos titulares;

23. Não fez proficiência em inglês;

24. Não existe comprovação de participação Sua em bancas examinadoras
e de publicação de artigos no exterior ...