sábado, 26 de setembro de 2009

LXXXI - Uma breve crítica ao cristianismo e a sua mais atroz forma: o (neo)pentecostalismo - parte 12 de 16.



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§ 81







3. Crítica ao (neo)pentecostalismo

3.1. Introdução



Antes de ser o ateu que eu sou, eu passei a minha vida cristã (que acabou aos meus 16 anos) numa igreja neopentecostal. Por isso me dou ao direito de criticar tais instituições: eu participei delas, não apenas assisti a um desses muitos programas que passam na televisão (que aliás já são bastante instrutivos). Já aqui eu me antecipo a uma crítica previsível que podem me fazer: podem me acusar de criticar a religião porque eu sofri algum trauma dela, em outras palavras, eu estaria "me vingando" de uma religião que não soube me acolher ou à qual eu mesmo não soube me adaptar. Em réplica a essa acusação eu lembro que, se por acaso eu estivesse criticando uma religião a qual eu jamais pratiquei, então iriam me acusar de criticar algo que eu não conheço. Ou seja: aqueles que querem negar a validade do meu discurso (e do discurso contra a religião em geral) sempre arranjam um jeito de desqualificar a argumentação do oponente por meio da crítica à própria pessoa (falácia ad hominen): quando se quer acreditar em algo, aceita-se qualquer argumento. Se eu participei, meus argumentos não têm valor porque eu participei; se eu não participei, meus argumentos não têm valor porque eu não participei. Além disso, e nunca será demais insistir nesse ponto, a verdade NÃO É metodologicamente incompatível ao interesse próprio, de tal forma que me acusar de estar me vingando não é, mesmo que fosse verdade, um argumento eficaz em desfazer o meu discurso.

Não obstante ter eu vivido em um meio neopentecostal, os meus apontamentos serão válidos, creio eu, em sua maioria, também para as seitas pentecostais.

Chamo a corrente (neo)pentecostal de "a mais atroz forma de cristianismo" porque nela a ignorância é elevada à potências infinitas, afirmação que procurarei demonstrar por meio de exemplos que, espero eu, sejam surpreendentes para o leitor (pois isso seria um indicativo da saúde mental de quem me lê). Além disso, essa corrente possui um crescente e preocupante fundamentalismo, o qual se alimenta justamente da própria ignorância (e por isso mesmo tem alimento garantido).


3.2. No Éden


Partamos "do princípio". Estas seitas acreditam que o mito do Jardim do Éden é verdadeiro. Não apenas isso, acreditam na infabilidade da Bíblia e que esta é a fonte de toda a verdade necessária à vida, não faltando nela qualquer coisa de realmente necessário, nem estando qualquer ponto ou vírgula fora do seu divino e eterno lugar.

Pensar que esse mundo existe há apenas 6.000 anos, com todos as incontestáveis e incontáveis provas em contrário, é de uma soberana insensatez e de uma tosquidão abissal.

Nem precisamos ler muito a Bíblia para vermos erros em todo canto. De fato, os primeiros versículos dessa biblioteca, quando encarados como uma descrição do mundo real, mostram-se ridículos para qualquer um que tenha um mínimo, superficial e vulgar conhecimento científico:

* A água existia antes da luz, que é concebida como tendo uma existência à parte em relação ao restante do mundo material.
* A luz tinha um nome antes mesmo de existir, e o nada, ao ouvir e reconhecer as ordens do criador, tirou de si a luz que estava nele estocada (aliás, todo o mundo foi construído mediante um diálogo entre o criador e o nada).
* Há uma clara distinção entre o Sol e as demais estrelas.
* É evidente que o autor desse texto imaginava que as estrelas e todos os demais astros (ou seja: o restante do universo) foram simplesmente "colados" sobre a cúpula do céu.
* A "construção" da Terra e de tudo que nela há levou cinco dias de labor divino. A construção de todo o resto do universo - infinitamente maior e mais complexo que a Terra - levou apenas um dia (o quarto) e ainda por cima fez parte do processo da construção da Terra (o restante do universo não é concebido como tendo uma existência independente da Terra; antes, ele apenas existe para exercer uma função na Terra), isso porque o autor do texto, em sua concepção narcísica e teleológica, imaginou que todo o restante do universo apenas serviria para a iluminação noturna da Terra (leia-se: para a iluminação noturna das pessoas que vivem na Terra - o universo se resume a um abajur para um homem que é a própria imagem e semelhança do criador de tudo).


* No sétimo dia um deus que é onipotente e perfeito e que fez um mundo a partir do nada (sem nenhuma oposição) por algum motivo estava cansado e precisou "descansar".

É claro que tudo isso era razoável e aceitável na época em que foi escrito, e o autor (desconhecido) do texto nunca afirmou que tratavam-se de verdades absolutas; ele apenas escreveu o que, para ele naquele momento, era a melhor explicação disponível. E isso mostra como tivemos progressos incríveis desde então.

A despeito disso, e de muito mais, as autoridades (neo)pentecostais continuam a afirmar que os primeiros capítulos de Gênesis devem ser lidos da mesma forma que todo o restante da Bíblia: como revelações divinas e literais de verdades eternas.



Atenção: Como eu já disse no § 46, esse texto foi escrito em 2002, quando eu tinha 16 anos. Muito do que está escrito aqui já não representa com exatidão a minha atual forma de pensar. Porém creio que o texto ainda pode ser útil para aqueles que atualmente vivem situações (de apostasia) semelhantes às que eu vivi à época em que escrevi isso.


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Tempore, quo cognitio simul advenit, amor e medio supersurrexit.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

### 24 - Mais alarmismo escatológico: Supertempestade solar causará apagão global em 2011/2012?


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http://www.saindodamatrix.com.br/archives/2008/05/2012_o_ano_em_q.html

2012: O ano em que perdeeremos contato

Entre o final de agosto e os primeiros dias de setembro de 1859, grandes auroras boreais puderam ser vistas no céu de vários pontos do planeta. O belo espetáculo de luzes esverdeadas foi documentado nos EUA, em partes da Europa, Japão, Austrália e até mesmo no México (!). E o telégrafo deixou de funcionar em vários desses lugares. Não se sabia o que era, mas descobriram logo: Era uma imensa tempestade solar - a maior já documentada. Foi quando se descobriu que elas podem ser belíssimas, mas comprometem os sistemas elétricos.

Em março de 1989, uma tempestade solar intensa afetou os canadenses da região de Quebec. A rede elétrica foi a pico e entrou em colapso. O blecaute durou nove horas e deixou sem energia mais de 6 milhões de pessoas. Na Bolsa de Valores de Toronto, quatro discos rígidos de computador pararam de funcionar um após o outro. O pregão congelou - nem o backup continuava de pé - enquanto a equipe de suporte técnico tentava em vão localizar o causador do mistério. Mais de 6 mil satélites saíram de suas órbitas.

O fato é que várias tentativas de prever com exatidão as tempestades solares falharam. Mas há um indício inegável: as manchas solares desaparecem da superfície do Sol alguns anos antes do acontecimento: é a tal calmaria antes da tempestade. E isso aconteceu em 2006. Mausumi Dikpati, do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica (NCAR), prevê uma tempestade ainda maior do que a de 1989 (só perderá pra de 1859). E a data, segundo ele, é 2012.


EFEITOS

O primeiro equipmento a ser afetado será o sistema de GPS. Atravessar o Oceano Atlântico de veleiro, nessa época, não será uma boa idéia. Principalmente no hemisfério norte, é bem possível que a rede elétrica pare de funcionar aqui e ali. Esta será a primeira tempestade solar intensa que viveremos em plena era da internet, das redes sem fio WiFi, do GPS de uso vasto. Somos totalmente eletrônicos, digitais. Mas, diferentemente da tecnologia do século 15, a do século 21 é susceptível aos humores da estrela mais próxima. HDs vão deixar de funcionar de uma hora para a outra sem que seus donos compreendam o motivo.

A tempestade começa na superfície do Sol, com um vento solar. É um vento rápido, forte, carregado de prótons e elétrons que são lançados no espaço. A carga afeta os vários planetas do Sistema Solar de forma diferente. O campo eletromagnético da Terra nos protege na maioria das vezes da radiação - mas, nos picos da tempestade, não há jeito que nos salve. Ela vem.

O primeiro resultado é o aquecimento da atmosfera. O ar esquenta, a atmosfera se dilata e abocanha um naco que antes pertencia ao espaço. O resultado prático é que satélites de órbita baixa, repentinamente, não estão mais em órbita e sim na atmosfera. Se bobear, alguns caem.

A radiação de prótons e íons que entram no planeta afetam microchips. Eles param de funcionar. Sim, existem chips resistentes a este tipo de radiação - fundamentais para satélites ou naves espaciais. Mas aqueles encontrados dentro de nossos computadores não são assim.

Outra conseqüência da tempestade solar é que ela induz corrente - sim, surge energia elétrica do nada. Em Quebec, o que ocorreu foi isso. Ao encontrar as linhas elétricas, os elétrons se concentraram ali. Deu sobrecarga, o sistema parou. Na primeira vez em que uma tempestade assim foi documentada, em 1859, enquanto vários telégrafos paravam de funcionar, ao menos dois operadores descobriram, estupefatos, que podiam continuar sua conversa normalmente mesmo após desligarem suas baterias. A linha estava eletrificada!

Ha uma saída, claro: Fazer suas casas como uma Gaiola de Faraday (pondo fios do telhado até o chão, enterrando-se metros abaixo da superfície). Serve para desviar a eletricidade estática e proteger seu interior. Não custa dizer que a idéia é simples, eficiente, mas é bom contratar um engenheiro para desenhá-la.

O SOL, ESTE DESCONHECIDO

Em setembro de 1994 foram detectadas fortes perturbações no campo magnético terrestre, com alterações importantes como a orientação migratória das aves e cetáceos e inclusive o funcionamento da aviação.

Em 1996, a sonda espacial Soho descobre que o Sol não apresenta vários, mas somente um campo magnético, homogeneizado. Em 1997 aconteceram violentas tempestades magnéticas no Sol e em 1998 a NASA detectou a emissão de um potente fluxo de energia vindo do centro da galáxia que ninguém soube explicar.

No dia 15 de agosto de 1999 aconteceu uma misteriosa explosão vindo do espaço, e por causa disso algumas estrelas ficaram em eclipse durante horas. As radiações das ondas de rádio, raios gama e raios X multiplicaram sua intensidade em 120%. Os astrônomos Richard Berendzen e Bob Hjellming, do Observatório Radio astronômico do Novo México, qualificaram esse fenômeno como um enigma "digno de uma investigação minuciosa".

No dia 20 de janeiro de 2005, uma surpreendente tempestade solar alcançou a Terra com sua máxima radiação 15 minutos após as explosões. Normalmente elas demorariam 2 horas para chegar aqui. Segundo Richard Mewaldt, do Califórnia Institute of Technology, foi a mais violenta e mais misteriosa tempestade dos últimos 50 anos.

Os cientistas acreditavam que as tempestades se formavam na coroa solar, pelas ondas de choque associadas a erupções do plasma. Entretanto, neste caso parece haver se originado estranhamente no interior do astro-Rei, segundo afirmou o professor Robert Lin, da Universidade da Califórnia.

Os astrônomos ficaram perplexos. O professor Lin – principal pesquisador do satélite Reuven Ramaty High Energy Solar Spectroscopic Imager (RHESSI) – expressou sua conclusão com uma frase muito simples: "Isso significa que realmente não sabemos como o Sol funciona".

Resumindo: O inusitado fenômeno de 20 de janeiro de 2005 acabou com os modelos de estudos da nossa ciência sobre o assunto.

E por que o Sol produziu uma atividade tão intensa e anômala neste momento? O pico máximo de atividade da nossa estrela - no seu ciclo principal de 11 anos - aconteceu no ano 2000. Em 2004 os físicos solares observaram uma ausência total das manchas, onde isso sempre anuncia a proximidade de alguma atividade no Sol. Essa atividade mínima só deveria ocorrer em 2006 (como ocorreu), alguns anos antes da máxima, prevista para 2010 ou 2012.

CALENDÁRIO MAIA

2012 ressurgiu com força total nas fofocas esotéricas por conta do fim do calendário Maia se dar exatamente neste ano. Coincidência? Talvez, mas o calendário deles (cuja origem se perdeu, mas que provavelmente remonta aos Olmecas) é bem resolvido, fechadinho, em Eras (que equivalem a 13 Baktuns). Segundo suas tradições, ao final de cada Era o mundo é destruído e recriado. A recriação do mundo na nossa Era atual se deu em 3114 a.C. e termina numa sexta, 21 de dezembro de 2012. Essa data, ao contrário da piada que diz que eles simplesmente se cansaram de escrever, não foi escolhida à toa. Nesse dia se dará um alinhamento astronômico muito raro, onde o Sol - no Solstício de inverno, que ocorrerá exatamente às 11:11 do horário universal (UTC) - estará alinhado com o centro da nossa galáxia na Via Láctea. Isto marcará o final da Era correspondente ao "Quinto Sol" e o começo de outro ciclo cósmico, chamado "Sexto Sol".

Segundo as profecias Maias, a causa física desse término é que o Sol receberia um raio oriundo do centro da galáxia e emitiria uma imensa "chama radioativa" que transmitiria a radiação à Terra e, conseqüentemente, a todo o sistema solar. Este evento acontece antes do começo de um novo ciclo cósmico. De acordo com eles, já ocorreram cinco ciclos de 5.125 anos, completando uma série de 25.625 anos, período muito próximo ao da "precessão dos equinócios", conhecido como "Ano Platônico" ou "Grande ano Egípcio", correspondente a um ciclo completo formado por 12 eras astrológicas (25.920 anos). Cada ciclo finaliza o prazo de uma humanidade (raça) na Terra – primeiro a destruição, seguida pela regeneração ,que traz o ciclo seguinte. No começo de cada ciclo são feitas sincronizações da "respiração" de todas as estrelas, planetas e seres.

No dia 11 de agosto de 3113 a.C. os Maias fixaram o nascimento do "Quinto Sol" – A era atual – cujo final será em 2012. A era da água acabou com o dilúvio, a seguinte foi com uma chuva de fogo, e a nossa - chamada de "Era do Movimento" - chegará ao fim com violentos terremotos, erupções vulcânicas e furacões devastadores. A mitologia de várias culturas antigas fala de inundações catastróficas que aconteceram há uns 12.000 anos e de misteriosas chuvas de fogo, há cerca de 5.000 anos, onde pesquisadores como Maurice Cotterell associam a um grande cometa que cruzou a atmosfera terrestre.

A profecia Maia também descreve os 20 anos anteriores ao primeiro dia do "Sexto Sol" com certo detalhe. Este ciclo menor, denominado Katum, já chegou a quase dois terços da sua duração total. Ele nos permite verificar até que ponto da atualidade foi cumprido suas profecias e conseqüentemente, decidir se seus acertos merecem suficiente credibilidade. O último Katum – denominado por eles "o tempo do não tempo" - teve início no ano de 1992 do nosso calendário, logo após um eclipse do Sol, que eles profetizaram (calcularam?) para o dia 11 de julho de 1991 (e que aconteceu realmente). Segundo o Chilam Balam (livro sagrado Maia) após sete anos do início do último Katum (1999) começa uma era de escuridão e os desastres na terra (terremotos, furações e erupções vulcânicas) aumentariam consideravelmente.

O eclipse de 11 de agosto de 1999 de fato inaugurou um período de cataclismos naturais: No dia 7 desse mesmo mês houve um terremoto de 5.9° (escala Richer) na Grécia, com 218 mortos. Dia 8, inundações catastróficas na China com milhares de mortos. Dia 17, um terremoto de 7.4º na Turquia com 15.000 mortos. Dia 20, um terremoto de 7.6º em Taiwan, com 2.000 mortos. Dia 22, uma cadeia de terremotos entre 2º e 5.2º em todo o planeta. Um terremoto em Oaxaca (México), seguido de grandes incêndios devidos a explosões de gás com mais de 100 mortos, e dia 10 de outubro as chuvas produziram 300 mortos e 500.000 afetados também no México.

Não se trata de uma lista exaustiva de catástrofes, são somente alguns fenômenos que aconteceram nos dois meses posteriores ao eclipse de agosto.

As profecias Maias também falam da aparição de um cometa com alta probabilidade de impacto com a Terra, mas não falam nada sobre aparição de um outro planeta, o tão falado Planeta X ou Nibiru.

Talvez os Maias tenham se enganado e não seja preciso muitas dores para o parto de uma nova civilização (ou nova mentalidade). Talvez não tenhamos mais catástrofes do que o normal pra um povo que destrói seu próprio ecossistema em nome de um "desenvolvimento" (também conhecido como "muito dinheiro para poucos"). Ainda assim, num mundo onde cada vez mais nossas relações são virtuais e dependentes de aparelhinhos eletrônicos (eu quero meu Iphone!) teremos de nos deparar com o perigo REAL de "tudo" parar em 2012.

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Tempestade espacial será catastrófica para a Terra em 2012

Um novo estudo mostrou que uma grande tempestade solar poderá trazer consequências assustadoras para a humanidade.
Danos à rede de força e sistemas de comunicação poderão ser catastróficos, os cientistas concluíram, com efeitos que podem levar ao descontrole governamental da situação.

As previsões são baseadas em uma grande tempestade solar de 1859 que fez com que os fios dos telégrafos entrassem em curto nos EUA e Europa, levando a grandes incêndios. Possivelmente foi a pior em 200 anos, de acordo com um novo estudo. Com o advento das redes de energia, comunicação e satélites atuais temos muito mais em risco.

“Uma repetição contemporânea do evento [de 1859] causaria distúrbios sócio-econômicos significativamente mais extensos”, concluíram os pesquisadores.

A cada 11 anos, quando o sol entra na sua fase mais ativa, ele pode enviar tempestades magnéticas poderosas que desligam satélites, ameaçam a segurança dos astronautas e até interrompem sistemas de comunicação na Terra. As piores tempestades atuais derrubam redes de energia ao induzir correntes que derretem os transformadores.

Apenas nos EUA uma grande tempestade solar — que costuma ocorrer uma vez a cada 100 anos — pode deixar 130 milhões de pessoas sem eletricidade, de acordo com o estudo. Outros sistemas vitais seriam afetados por estas faltas de energia elétrica.

O mundo vai acabar em 2012

Os impactos da falta de eletricidade, por exemplo, acabariam com a distribuição de água potável em questão de horas, alimentos e medicamentos perecíveis seriam perdidos entre 12 e 24h; serviços de esgoto, telefones, transportes, abastecimento de combustíveis seriam interrompidos, etc.

A energia poderia levar meses para ser restabelecida, segundo a pesquisa. Durante este período os bancos poderiam estar fechados e o comércio internacional seria suspenso.

“Sistemas de emergência seriam levados ao limite e o controle e comando poderiam ser perdidos”, escreveram os pesquisadores da Universidade do Colorado, nos EUA.

“Sejam catástrofes terrestres ou incidentes do clima espacial, os resultados podem ser devastadores para as sociedades modernas que dependem, de uma miríade de modos, em sistemas tecnologicamente avançados”, os cientistas afirmaram em uma declaração divulgada junto com o relatório.

Tempestades solares têm efeitos significativos nos dias modernos. Em 1989 o sol emitiu uma tempestade que derrubou a rede elétrica de toda Quebec, no Canadá. Em 2003, em um período de duas semanas, dois satélites foram desabilitados e instrumentos em uma sonda que orbita Marte foram danificados por tempestades solares.

O clima espacial pode produzir tempestades eletromagnéticas solares que induzem correntes extremas em fios interrompendo linhas de força, causando apagões generalizados e afetando cabos de comunicação da internet. Clima espacial severo produz partículas solares energéticas e desloca os cinturões de radiação da Terra, o que danifica satélites usados para comunicações comerciais, GPS e previsão do tempo.

O próximo pico da atividade solar é esperado em 2012. Atualmente o sol está ‘tranquilo’, mas a atividade pode aumentar em qualquer momento e clima espacial severo (o quão severo será ninguém sabe) irá emergir um ou dois anos antes do pico.

Alguns cientistas pensam que o próximo pico levará a eventos mais severos do que outros picos recentes.

“Uma falha catastrófica da infra-estrutura governamental e comercial, no espaço e no chão, podem ser mitigadas ao aumentar a consciência pública, melhorando a infra-estrutura vulnerável e desenvolvendo capacidades avançadas de previsão do clima [solar]“, o relatório afirma.

O relatório foi delegado e financiado pela NASA. Especialistas em indústria e governo, assim como acadêmicos, de todo o mundo, participaram.

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Saiba o que é uma Tempestade Solar

Uma corrente de vento solar atingiu a Terra durante a última sexta-feira (24/10) e estendeu seus efeitos sobre o planeta durante todo o final de semana, confirmando previsões anteriores da Noaa (agência de oceanografia e meteorologia dos EUA).
O telescópio Soho, da Nasa (agência espacial dos EUA), captou três fortes erupções na superfície solar nas 24 horas que antecederam o fenômeno.
Essas tempestades magnéticas podem afetar redes de transmissão elétrica, comunicação entre satélites e telefones celulares e sistemas de navegação eletrônica, como o GPS (Sistema de Posicionamento Global).
Os cientistas da Noaa não detectaram sobre o planeta nenhum efeito negativo da erupção, mas eles prevêem novas erupções solares nos próximos dias.
Para prever essas tempestades magnéticas, os cientistas observam o comportamento da superfície do Sol e procuram por verdadeiras "labaredas" --as erupções solares. Algum tempo depois da liberação de energia, quando as cargas de íons se aproximam da Terra, é possível captar ondas eletromagnéticas mais intensas.
O sistema que mede a atividade solar é semelhante ao dos terremotos: as erupções são medidas em uma escala de um a cinco. A tempestade magnética deste final de semana alcançou o grau G-3, o que era previsto pela Noaa.
Apesar de representar um risco para as telecomunicações da Terra, o vento solar torna mais intenso o espetáculo visual das auroras polares, que podem ser vistas nos céus nas regiões dos pólos.
Explicação do fenômeno

As radiações cósmicas ocorrem quando a atividade solar está no máximo, o que provoca as chamadas tempestades solares. Esse fenômeno é raro, ocorrendo em média a cada onze anos. Já o fenômeno das bolhas inonosféricas, acontece com o pôr do sol, no dia-a-dia, variando sazonalmente, ou seja, de acordo com a posição da Terra em relação ao movimento de translação referente ao Sol.
A Terra recebe radiação cósmica de diferentes energias, vindas do espaço interplanetário e galáctico, porém um tipo de radiação cósmica de baixa energia - elétrons, prótons e íons, com energia igual ou menor a 1 Gigaeletronvolt (GeV), chega do Sol pelas chamadas tempestades solares.
Estas tempestades consistem em erupções na superfície solar que liberam matéria acumulada (as manchas solares) no campo magnético solar. A matéria liberada nessas tempestades é o plasma quente, que são prótons e elétrons e íons, que não formaram nenhum átomo neutro e constituem, basicamente, gás eletrificado.
Essas partículas liberadas, ao se aproximarem da Terra, sofrem influência do campo magnético terrestre uma região grande que circunda a Terra, no qual o vento solar é acelerado. O campo magnético terrestre não se estende indefinidamente, mas é limitado a uma cavidade no interior do sistema solar chamada magnetosfera ou invólucro magnético.
Essas partículas, de acordo com a energia de chegada, são aprisionadas nas linhas de campo magnético da Terra, fazendo três movimentos. O primeiro, de giro em torno da linha de campo magnético; o segundo, de vai e vem (bounce) entre os pólos e o terceiro, de deslocamento azimutal (que é o ângulo formado a partir de uma direção fixa no terreno) em torno da Terra. Essas condições entre velocidade ou energia de chegada e o valor do campo magnético encontrado, possibilita a essa radiação solar, com os três movimentos descritos, configurar os chamados cinturões de radiação da Terra.Quando o Sol apresenta um número grande de erupções solares (solar flares), parte dessas radiações são ejetadas ao espaço (Coronal Mass Ejection - CME), atingindo a Terra. Os cinturões de radiação se enchem e transbordam, através de injeção de plasma para a magnetosfera terrestre, ionizando em demasia as regiões mais baixas da atmosfera como a ionosfera e mesosfera (camadas intermediárias da atmosfera).


Consequências

Essa ionização traz diversas conseqüências para a Terra principalmente nas telecomunicações e mudanças climáticas.
Os efeitos das tempestades solares nos modernos sistemas de telecomunicações, se dão pelas interferências nas ondas eletromagnéticas, podendo inclusive prejudicar materiais como circuitos integrados, computadores de bordo, satélites, foguetes e balões estratosféricos.
A tempestade solar ocorrida em 1989, por exemplo, atingiu o Canadá deixando quase seis milhões de canadenses sem energia elétrica. Onze anos depois, em 2000, o satélite brasileiro Brasilsat sofreu interrupções em seu funcionamento devido a uma forte tempestade solar. O fluxo magnético vindo do sol pode provocar fortes ondas de descarga elétrica nos cabos de transmissão de força, causando curto-circuitos e queimando equipamentos.


Curiosidades

• A cada 11 anos, o sol entra em um turbulento ciclo, representando a época mais propícia para que o planeta sofra uma tempestade solar.

• O próximo máximo solar ocorrerá no ano 2011.

• Uma potente tempestade solar é capaz de paralisar por completo a rede elétrica das grandes cidades, uma situação que poderia durar semanas, meses e até anos.

• A cidade de Nova York possui a rede elétrica mais vulnerável da costa leste dos Estados Unidos.

• As tempestades solares podem causar interferências nos sinais de rádio, afetar os sistemas de navegação aéreos, danificar as linhas telefônicas e inutilizar satélites por completo.

• Em março de 1989, a cidade de Quebec, no Canadá, foi atingida por uma forte tempestade solar. Seis milhões de pessoas foram afetadas por um grande apagão, que durou 90 segundos. A rede elétrica de Montreal ficou paralisada durante mais de nove horas. Os danos que o apagão provocou, junto com as perdas provocadas pela falta de energia, chegaram a centenas de milhões de dólares.

• Em setembro de 1859, uma intensa tempestade solar afetou a maior parte do planeta. As linhas telegráficas dos Estados Unidos e do Reino Unido ficaram inutilizadas e provocaram vários incêndios. Além disso, uma impressionante aurora boreal, fenômeno que normalmente só pode ser observado nas regiões árticas, pôde ser visto em lugares tão distantes quanto Roma e Havaí.

• Há 144 anos, ocorreu a pior tempestade solar de que se teve notícia. Na época, seus efeitos foram imperceptíveis pois não existiam equipamentos que dependessem diretamente dos satélites ou da rede elétrica.
Fontes: UOL / Discovery Channel / Com Ciência

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Novo ciclo de tempestades solares começará em Março de 2008

Um novo ciclo de tempestades solares, que afectam as comunicações e põem em perigo os astronautas, começará provavelmente em Março de 2008 e terá o seu apogeu em finais de 2011 ou meados de 2012, anunciou fonte especializada.

As tempestades, que se caracterizam por enormes erupções na coroa do Sol, disparam fotões (partículas elementares que medem a força electromagnética) e matéria com carga eléctrica até à ionosfera e aos campos magnéticos da Terra.

Este fenómeno provoca interrupções e interferências nas comunicações, nos serviços de abastecimento de electricidade, nos satélites e nos sistemas de navegação GPS. As tempestades, que iluminam o céu nocturno com auroras boreais e austrais nas regiões polares, também são um perigo para os astronautas. A intensidade das tempestades solares mede-se de acordo com a maior ou menor quantidade de manchas que aparecem na superfície do Sol.

Em comunicado difundido quinta-feira, o Centro de Ambiente Espacial da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA, na sigla inglesa) informou que o "Ciclo 24" de tempestades solares, que durará 11 anos, irá ocorrer 12 meses antes do previsto. É a terceira vez que se prevê uma actividade solar mas nenhuma das anteriores durou tanto tempo. Em 1989, um grupo científico anunciou o "Ciclo 22" de tempestades, que teve o seu momento alto nesse mesmo ano. O "Ciclo 23" foi indicado em Setembro de 1996, seis meses após o seu início.

A possibilidade de se antever mais rapidamente as tempestades solares foi aplaudida quinta-feira pela Administração Nacional de Aeronáutica e do Espaço (NASA, na sigla em inglês). "A NASA necessita de antevisões mais imediatas, para que os astronautas sejam avisados antecipadamente de que deverão proteger-se das radiações solares", afirmou Dean Pesnell, do Centro Goddard de Voos Espaciais da NASA.

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Tempestade Solar

Se existe uma coisa que nunca vai falhar é a previsão de cataclismos. Isso porque a destruição faz parte da existência, é causa também de criação. Se não fosse o evento do asteróide que caiu na Terra e dizimou os dinossauros há 65 milhões de anos, nós não estaríamos aqui. Muitas ameaças à nossa existência já foram alvo de artigos anteriores, porém ainda não tratei de um: a supertempestade solar, um evento não tão raro.

As tempestades solares estão associadas às manchas solares e mostram ciclos de atividade que tem uma duração de onze anos. São conhecidas desde Galileu. Porém somente agora é que se conhece o seu poder destrutivo. Em julho de 2000, cientistas do Colorado detectaram uma grande emissão de raios X em uma região do Sol que teve atividade nos dias anteriores. A energia foi estimada em bilhões de megatoneladas de TNT.

A Européia ESA e a NASA lançaram em 1.995 a nave SOHO (Solar and Heliospheric Observatory) equipada com 12 instrumentos para estudar o Sol. A Soho está localizada em um dos pontos de Lagrange, o primeiro, chamado L1 (pesquisem, é iinteressante), localizado a 1,5 milhão de quilômetros da Terra, um décimo da distância até o Sol. e
foi essa espaçonave que detectou a explosão solar. Trinta minutos depois, a Soho detectou outro fenômeno, uma bolha de bilhões de toneladas de plasma, partículas eletricamente carregadas. A bolha viajava a 1.700 km/s e chegou na Terra 25 horas depois. Ao passar pelo Soho, a bolha desligou os instrumentos temporariamente. Na
órbita terrestre, a bolha destruiu um satélite japonês e danificou outros.

A próxima tempestade solar ocorrerá em 2011 e já causa preocupação. E com razão pois, em março de 1989, a cidade de Quebec, Canadá, teve um grande apagão por causa de uma forte tempestade solar. Esse apagão durou 90 segundos, mas Montreal, Canadá, ficou sem energia elétrica por mais de nove horas.

Uma tempestade solar é capaz de paralisar a rede elétrica, causar interferências nos sinais de rádio, afetar os sistemas de navegação aéreos, as linhas telefônicas, etc. Em 1859, uma forte tempestade solar afetou as linhas telegráficas dos Estados Unidos, do Reino Unido, da Argentina, e onde existissem, todas ficaram inutilizadas. O evento também foi causa de muitos incêndios. Além disso, a aurora boreal, fenômeno que só é visto nas regiões árticas, pôde ser visto em Roma, Havaí, etc. Esse fenômeno que ocorreru há 150 anos, afetou tudo que havia de elétrico, ou seja, os telégrafos. Hoje temos toda a sociedade baseada em satélites e comunicações por cabos. Um evento
desse nos levará à pré-história. A questão não é se, é quando.


Mario Eugenio Saturno de Bariloche - Argentina, é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Professor do Instituto Municipal de Ensino Superior de Catanduva e congregado mariano. (Email: mariosaturno@uol.com.br)

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Grandes tempestades solares

Um novo estudo mostrou que uma grande tempestade solar poderá trazer conseqüências assustadoras para a humanidade.
Danos à rede de força e sistemas de comunicação poderão ser catastróficos, os cientistas concluíram, com efeitos que podem levar ao descontrole governamental da situação.
As previsões são baseadas em uma grande tempestade solar de 1859 que fez com que os fios dos telégrafos entrassem em curto nos EUA e Europa, levando os grandes incêndios. Possivelmente foi a pior em 200 anos, de acordo com um novo estudo. Com o advento das redes de energia, comunicação e satélites atuais têm muito mais em risco.
“Uma repetição contemporânea do evento de 1859 causaria distúrbios sócio-econômicos significativamente mais extensos”, concluíram os pesquisadores.
A cada 11 anos, quando o sol entra na sua fase mais ativa, ele pode enviar tempestades magnéticas poderosas que desligam satélites, ameaçam a segurança dos astronautas e até interrompem sistemas de comunicação na Terra. As piores tempestades atuais derrubam redes de energia ao induzir correntes que derretem os transformadores.
Apenas nos EUA uma grande tempestade solar que costuma ocorrer uma vez a cada 100 anos pode deixar 130 milhões de pessoas sem eletricidade, de acordo com o estudo. Outros sistemas vitais seriam afetados por estas faltas de energia elétrica.
Os impactos da falta de eletricidade, por exemplo, acabariam com a distribuição de água potável em questão de horas, alimentos e medicamentos perecíveis seriam perdidos entre 12 e 24h; serviços de esgoto, telefones, transportes, abastecimento de combustíveis seriam interrompidos, etc.
A energia poderia levar meses para ser restabelecida, segundo a pesquisa. Durante este período os bancos poderiam estar fechados e o comércio internacional seria suspenso.
“Sistemas de emergência seriam levados ao limite e o controle e comando poderiam ser perdidos”, escreveram os pesquisadores da Universidade do Colorado, nos EUA.
“Sejam catástrofes terrestres ou incidentes do clima espacial, os resultados podem ser devastadores para as sociedades modernas que dependem, de uma miríade de modos, em sistemas tecnologicamente avançados”, os cientistas afirmaram em uma declaração divulgada junto com o relatório.
Tempestades solares têm efeitos significativos nos dias modernos. Em 1989 o sol emitiu uma tempestade que derrubou a rede elétrica de toda Quebec, no Canadá. Em 2003, em um período de duas semanas, dois satélites foram desabilitados e instrumentos em uma sonda que órbita Marte foi danificada por tempestades solares.
O clima espacial pode produzir tempestades eletromagnéticas solares que induzem correntes extremas em fios interrompendo linhas de força, causando apagões generalizados e afetando cabos de comunicação da internet. Clima espacial severo produz partículas solares energéticas e desloca os cinturões de radiação da Terra, o que danifica satélites usados para comunicações comerciais, GPS e previsão do tempo.
O próximo pico da atividade solar é esperado em 2012. Atualmente o sol está ‘tranqüilo’, mas a atividade pode aumentar em qualquer momento e clima espacial severo (o quão severo será ninguém sabe) irá emergir um ou dois anos antes do pico.
Alguns cientistas pensam que o próximo pico levará a eventos, mais severos do que outros picos recentes.
“Uma falha catastrófica da infra-estrutura governamental e comercial, no espaço e no chão, podem ser mitigadas ao aumentar a consciência pública, melhorando a infra-estrutura vulnerável e desenvolvendo capacidades avançadas de previsão do clima [solar]“, o relatório afirma.

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Tempestade solar em 2012.

Pegando no post sobre o Primitivismo, aproveito para deixar uma informação, ou apenas curiosidade, sobre o que pode ser o fim da sociedade moderna.

Segundo o calendário Maia, o fim do mundo será exactamente a 21 de Dezembro de 2012, que é o fim do calendário. Mas será mesmo o “fim do mundo” ou o fim da maneira como o ser humano vê o mundo? Uma nova era.

Estudos mostram que em cada 11 anos o sol entra num ciclo de turbulência e é nessa época que o planeta Terra pode sofrer de uma tempestade Solar.

Haverá um período em que as radiações vindas das tempestades solares incidente na Terra vão aumentar de 30% a 50%, durante um período de 11 anos, tendo este começo em 2007/2008. Logo estima-se que o seu auge será a 2011/2012.

Dependetemente da rapidez do aumento e decréscimo do magnetismo, podemos vir a enfrentar um apagão do qual a Terra irá necessitar de 5 anos para recuperar a energia, ou não.

Ora, é mais que sabido que o Homem está muito dependente dos avanços da tecnologia, o que significa que vai ser uma grande mudança para o comportamento do mesmo.

Sob a superfície ardente do sol, uma poderosa força poderia nos fazer regressar à Idade da Pedra. A cada 11 anos, o sol entra em um turbulento ciclo, a época mais propícia para que o planeta sofra uma tempestade solar. O próximo máximo solar ocorrerá no ano de 2011. Apenas algumas horas antes de uma maciça tempestade solar afetar o planeta, o prefeito de Nova York enfrentará um de seus maiores desafios. A cidade conseguirá sobreviver? Neste episódio, você descobrirá o efeito destrutivo deste tipo de tempestades, que podem afetar todo o planeta e provocar um apagão global. Utilizando imagens geradas por computador, o programa explica detalhadamente como se formam e se desenvolvem as tempestades solares. – Discovery Channel

Ver também: http://www.ca2000pt.com/noticias/200603/200603.htm

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Vídeos:

http://www.youtube.com/watch?v=4_TzIUlaQok



sábado, 12 de setembro de 2009

LXXX - O Império Romano da Antiguidade e o Império Estadunidense contemporâneo - parte 4 de 4 - Comparações entre os dois impérios e conclusão.

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§ 80





3. COMPARAÇÕES ENTRE O IMPÉRIO ROMANO E O IMPÉRIO ESTADUNIDENSE.



Ambos os impérios só conseguiram se estabelecer após a resolução de seus grandes conflitos internos. No caso romano, o conflito entre patrícios e plebeus e no caso estadunidense o conflito entre norte e sul.

Após a resolução de seus conflitos internos, ambos passaram a exercer o imperialismo sobre outros povos. No caso romano havia a subordinação política oficial, com a região subjugada passando a situação de colônia. Os EUA utilizaram-se também da subordinação política tradicional (até a década de 1940), mas posteriormente ela foi substituída por uma forma mais difusa e encoberta de coação que envolve a estruturação do sistema financeiro internacional, as empresas transnacionais e as instituições financeiras multilaterais, além do discurso hegemônico da mídia e da industria do entretenimento de massa.

Não obstante a ação do império estadunidense ser mais velada, ambos os impérios utilizaram a coação militar, dentro de suas respectivas características. Roma dominava abertamente e subjugava explicitamente as outras regiões. A prática de keynesianismo militar é uma constante na história imperialista dos EUA, em virtude dos efeitos multiplicadores que a indústria bélica possui sobre toda a economia do país.

Os EUA têm bases militares por todo o globo e desde o século XIX não pararam de intervir militar e politicamente em outros países, como mostram os casos recentes de intervenção no Haiti (deposição do presidente Jean Bertran Aristides), na Venezuela (tentativa de derrubar o presidente Chaves), além das recentes intervenções militares no Afeganistão e no Iraque. Destaquem-se, ainda, as recentes ameaças à Coréia do Norte, ao Irã e à Bolívia.

Todas as intervenções dos EUA em outras nações são feitas em nome da “democracia” e da “liberdade”, e também da “civilização”, ou mesmo, com todo o maniqueísmo, do “bem” e de "Deus"; essa é a forma atual de justificar as suas ações imperialistas e de esconder os verdadeiros e sórdidos interesses econômicos que estão por trás dessas ações, bem como as tenebrosas relações entre o legal e o ilegal, o mundo e o submundo a justiça e o crime.

Os EUA afirmam que passaram a exercer o papel de “policia do mundo”; a analogia, porém, não é adequada, pois ela só seria verdadeira se os EUA não fossem justamente os principais beneficiados dessa suposta defesa de valores e instituições hipoteticamente maiores e mais importantes que eles próprios.

De forma resumida, pode-se afirmar que ambos os impérios necessitam de um sistema de coação política, econômica e militar; porém o dos EUA, embora também truculento, age de forma mais velada, graças às características implícitas da estruturação do sistema econômico internacional.

significativas diferenças entre os dois impérios, pois cada um se desenvolveu sob modos de produção diferentes. O império Romano da antiguidade se estruturou com base no modo de produção escravista, e levou todo esse modo de produção ao seu apogeu e depois, devido às suas contradições internas, ao seu colapso.

Já o império estadunidense se estruturou com base no modo de produção capitalista. Na conclusão de seu trabalho monográfico, Tiago R. L. de Oliveira afirma que “O império do século XXI aparece como a fase superior do sistema capitalista.” (OLIVEIRA, 2004, p. 55). Embora isso possa ser verdade até a época atual, não é possível garantir que o capitalismo não atingirá o seu apogeu décadas ou séculos no futuro, e sem uma estrutura imperialista.

Na verdade, o fato de o capitalismo ainda ser o modo de produção vigente, bem como o fato de os EUA ainda serem a potência hegemônica mundial, dificultam a comparação entre os dois impérios.

Com relação à questão cultural, cabe salientar que a maior reciprocidade de influências ocorrida no Império Romano provavelmente se deveu à maior separação entre as esferas cultural e econômica na época, devido a inexistência da industria cultural, própria do capitalismo, a qual atualmente aufere lucros bilionários espalhando o american way of life pelo mundo.

Uma analogia entre as invasões bárbaras e a grande imigração ilegal (principalmente latina e asiática) para os EUA só poderá ser desenvolvida de forma pormenorizada após o colapso do império estadunidense (quando esse ocorrer), pois só então será possível avaliar o papel desestabilizador desse movimento populacional.

Ao avaliar a retomada da hegemonia estadunidense na década de 1980, Maria da Conceição Tavares afirmou: “Qualquer semelhança com a Inglaterra do século XIX é mera analogia sem fundamento, dado a peso continental dos EUA e a existência da União Soviética.” (TAVARES, 1985, p. 12). De forma semelhante, maiores comparações entre os dois impérios exigiriam uma pesquisa mais extensa e profunda, a qual foge do âmbito deste trabalho.

Mas, afinal, qual é a grande semelhança entre os dois impérios? O que, enfim, permite ao inconsciente coletivo fazer uma analogia entre os EUA atuais e o Império Romano? Essa grande semelhança será apresentada na conclusão deste trabalho.



4. CONCLUSÃO.



Não obstante as diferenças entre as Idades Antiga e Contemporânea, não obstante as diferenças entre os modos de produção escravista e capitalista, não obstante a caracterização implícita ou explícita da coação do centro sobre a periferia, essa é a grande semelhança entre o Império Romano da antiguidade e o império estadunidense contemporâneo: ambos orquestraram, por meio das coações política, econômica e militar, uma divisão internacional do trabalho sob os seus respectivos domínios; ambos arquitetaram um sistema econômico internacional neles centrado e que lhes conferiu uma série de privilégios, os quais determinaram uma transferência de excedente econômico da periferia para o centro, que passou por um fabuloso processo de enriquecimento.

O padrão-dólar é uma das peças-chave do imperialismo estadunidense. No acordo de Breton Woods foi estabelecido o padrão dólar-ouro, no qual o dólar era a moeda internacional de referência, porém o FED tinha a obrigação de convertê-lo em ouro de acordo de acordo com uma taxa fixa. O dólar era lastreado em ouro, e isso significava que a emissão de quantidades adicionais de dólar exigia uma expansão das reservas de ouro do FED (o ouro ficava no famoso Fort Nox). Em 1971, porém, confirmando os rumores de que havia mais dólares em circulação do que ouro nas suas reservas (o que era uma infração ao acordo multilateral de Breton Woods), os EUA decidiram "fechar o guichê do ouro", rompendo assim unilateralmente com um contrato multilateral. Desde então o dólar tornou-se oficialmente uma moeda fiduciária, seu valor depende inteiramente da confiança que os agentes econômicos têm na capacidade do Tesouro Nacional pagar as suas dívidas. Quanto mais dólares o FED ou os bancos privados criam, mais aumenta a dívida pública dos EUA, visto que todo dólar em circulação é dívida de alguém para outrem (em primeira instância, as emissões primárias realizadas pelo FED são contabilizadas como dívidas do Tesouro Nacional para esse mesmo FED). Como se sabe, cobra-se juros sobre a dívida. Assim, sempre é necessário criar mais dinheiro, dívida, para pagar a dívida atual. É claro que esse castelo de cartas não pode durar para sempre. A questão é se desabará ou se será desmontado paulatinamente, com um "pouso suave". Se a dívida pública dos EUA continuar a crescer exponencialmente, um dia haverá tanto dólar em circulação que o Tesouro Nacional não conseguirá honrar os juros da dívida. Haverá tanto dólar em circulação que essa moeda perderá uma de suas funções básicas como moeda de reserva internacional: servir como reserva de valor. A confiança no dólar desaparecerá instantaneamente, desmontando assim todo um sistema financeiro internacional fundado em riquezas imaginárias, criadas contabilmente e dependentes da confiança do público. O colapso do sistema financeiro internacional chegará às economias reais e veremos a maior crise econômica que a humanidade já viu, fazendo as crises de 1929 e 2008 parecerem piadas ingênuas perto do que então poderá ocorrer.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.


OLIVEIRA, Tiago Rodrigues de. O Imperialismo e a Economia Mundial. 2004. 57 folhas. Monografia (Bacharelado em Ciências Econômicas) – Setor de Ciências Sociais Aplicadas, Universidade Federal do Paraná, Curitiba.

TAVARES, Maria da Conceição. A Retomada da Hegemonia Norte-Americana. Revista de Economia Política. São Paulo, v.5, n.2, p.5-15. Abril- Junho. 1985.





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Tempore, quo cognitio simul advenit, amor e medio supersurrexit.

sábado, 5 de setembro de 2009

LXXIX - Acerca de máximas # 3 - máximas agnósticas # 2.

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§ 79




Quê é verdade? (Pilatos em João 18: 38)

Quanto às discussões filosóficas, estas me parecem totalmente sem sentido. Nada pode ser provado, nada pode ser verificado. Verdade? - quê querem dizer com isso? (Henri Barbusse, L'Enfer)



20. A verdade é que a verdade não existe.

21. Qualquer filosofia não existe sem o sentimento, sem a crença, sem a convicção. O intelecto é um mero instrumento a serviço da nossa vontade. É justamente essa convicção e essa certeza que permitem aos filósofos desenvolverem todos os seus raciocínios (sem as quais um intelecto poderoso não seria suficiente para ir muito longe). É também a convicção, mantida apesar de todas as opiniões em contrário, que nos causa admiração.

22. O intelecto não é uma luz que arde sem óleo, mas é alimentado pela vontade e pelas paixões. [Francis Bacon, Novum Organon, I, 49]

23. Os raciocínios podem estar todos corretos, e então aquilo que se afirma é uma verdade dentro do conjunto de referenciais adotado (fora do qual, as conclusões tiradas geralmente não têm mais validade). O problema está na definição dos conceitos e na escolha do método.

24. Seria necessário colocar como epíteto de todo estudo sobre a racionalidade este princípio bem simples mas frequentemente esquecido: a vida pode ser racionalizada de acordo com perspectivas e direções extremamente diferentes. [Max Weber]

25. Todo grande pensador é também um grande sofista (1).

26. Essa é uma grande diferença entre o mundo real e o mundo dos filmes e dos folhetins: nos últimos nós identificamos facilmente quem está certo e que está errado. Já no mundo real, não sabemos nem mesmo se o certo e o errado existem.

27. Os níveis de incerteza do certo e do errado: o primeiro diz respeito ao estabelecimento dos critérios para definição do que é certo e do que é errado; o segundo diz respeito à aplicação desses critérios gerais nos casos particulares; o terceiro diz respeito à correta identificação dos atores que estão em cada um desses dois lados definidos como “certo” e “errado” (já que os segundo podem mimetizar os sinais que servem para indicar os primeiros).

28. Se relativizamos os nossos valores, perdemos a capacidade de julgar o que é certo e o que é errado, o que é verdade e o que é mentira.

29. Todos os conceitos são arbitrários. Quanto menos intuitivos (ligados à experiência sensível), mais arbitrários são.

30. Tudo é potencialmente falso.

31. Os argumentos não têm valor algum, pois cada um acredita no que quer acreditar, e cada um acredita naquilo que é mais condizente com a sua personalidade e com os seus interesses pessoais.

32. Uma coisa é o “fato”, o que ocorre "realmente"; outra coisa é o “fenômeno”, o que o indivíduo percebe, intui (a capacidade de percepção é limitada e falha, e, talvez, até mesmo caricaturada); outra coisa é a interpretação que o indivíduo faz daquilo que percebe (essa interpretação é limitada pela subjetividade – crenças e preconceitos – desse indivíduo e pelas limitações da sua linguagem e da sua racionalidade).

33. Qualquer coisa pode ser justificada e defendida. mas ninguém foi convencido de qualquer coisa contra a sua vontade, por mais lógico e racional que tenha sido o argumento utilizado.

34. Observações acerca das cosmovisões:

1. Existem milhares de cosmovisões diferentes que se propõem ter desvendado os grandes enigmas da vida e do mundo.
2. É impossível a alguém conhecer todas essas cosmovisões detalhadamente. O indivíduo conhece em detalhes no máximo algumas – e isso quando se dá ao trabalho de conhecer mesmo uma –, conhecendo as demais apenas por ouvir dizer, ou mesmo desconhecendo-as por completo.
3. O indivíduo apenas pode respeitar e seguir uma cosmovisão cuja existência seja do seu conhecimento (isso é óbvio, não?).
4. Quando o indivíduo se decide entre mais de uma cosmovisão "disponíveis", os critérios utilizados por ele são subjetivos, parecendo-lhe “verdadeira” aquela que mais agrade a sua personalidade, que melhor corresponda aos seus desejos, interesses e preconceitos.

35. O intelecto saiu das mãos da natureza não para apreender a essência das coisas, mas somente para conceber os motivos, e portanto para servir a uma manifestação individual e temporal da vontade. [Schopenhauer - O Mundo como Vontade e como Representação - capítulo XLI do Tomo II]

36. A mente mente. [xamã Gideon - "padrinho" da FEPRAY - Federação Paranaense da Ayahuasca]

37. Não há diálogo: há encontro de monólogos. (Lacan)

38. Um dos efeitos imediatos do irracionalismo pós-moderno, protagonizado pelo pensamento pós-estruturalista francês, é a atenuação da verdade pela separação entre significante e significado, com uma gradual megalomania do significante, até a sua autonomização frente ao significado. Assim, corta-se qualquer possibilidade de verdade como correspondência entre proposições e a realidade. A verdade e a fixidez do sentido não passam de ilusões. A distinção entre verdadeiro e falso é, em si mesmo, uma falsificação primária. E sem falsidade a verdade deixa de existir. Como é através da evidência que podemos distinguir entre verdadeiro e falso, premissa ineliminável de qualquer conhecimento racional, ela é simplesmente desdenhada: o jogo das significações está acima da verdade e da falsidade. É aqui que o discurso ganha um novo estatuto teórico, com a eliminação de todas as referências a um centro, a um sujeito ou a uma origem. [João E Evangelista. Crise do marxismo e irracionalismo pós-moderno, cap. 1.2]

39. Não há real e, muito menos, um "sentido" nesse real. Há somente o simulacro, a imagem, a representação (imaginária) dessa realidade. Esta é a única realidade. (...) O real é subsumido a um processo de significação sem referente, ou auto-referenciado. [A Zaidan Filho. A crise da razão histórica, 1989, p. 20-21]

40. A "necessidade metafísica" da humanidade passa também pela necessidade de atribuir um sentido moral ao mundo/à vida. Como a ciência não é capaz de fazer isso, essa incapacidade ajuda a alimentar todo tipo de misticismo. As mistificações da vida geralmente vêm associadas à "descoberta" (ou "revelação") de um sentido moral para a existência.

41. Não obstante os valores morais não existam objetivamente tal qual a natureza, parece-me ponto pacífico que a humanidade, se quer viver em sociedade, tem a obrigação de estabelecê-los.

42. Convencer o outro é uma vitória sobre ele. Convencer o outro que quer nos convencer a desistir de fazê-lo é uma vitória sobre ele. Convencer-se a desistir de convencer o outro é uma vitória sobre si mesmo.

43. Em uma discussão puramente teórica (a qual não possui conseqüências imediatas sobre interesses materiais dos debatedores) a maioria das pessoas não está preocupada com a ‘verdade’ ou com o esclarecimento, mas sim com o status, mas sim em garantir a si a sensação de ter razão sobre os demais, garantindo assim o gozo do ego afagado e sensação de segurança decorrente da manutenção do seu discurso de mundo, reafirmando assim a realidade nos moldes nos quais ela é atualmente concebida. É difícil encontrar pessoas que conseguem discutir qualquer coisa sem levar a discussão para o lado pessoal, isto é, sem se sentirem atacadas em sua intimidade.

44. Eu não acredito nem vendo.
Por exemplo: Suponhamos que repetidas vezes um ser de luz aparentando ser do sexo feminino aparecesse para mim alegando ser a “mãe de deus” e tendo um “missão” para mim. A primeira coisa que eu faria seria ir em psiquiatras. Caso a psiquiatria que me fosse acessível não conseguisse detectar nenhuma causa para as visões, ainda assim eu poderia supor que se trata de alguma doença rara, ou ainda não catalogada.
Uma vez não comprovada a existência de alguma doença – embora essa hipótese jamais pudesse ser descartada em função das limitações da medicina – eu poderia, por exemplo, alegar que eu estou sendo cobaia de algum tipo de experimento de controle mental ou lavagem cerebral (talvez até com a participação de alguma arma eletromagnética).
Uma vez aventada a hipótese de que o ser seja verdadeiro (no sentido de não ser uma invenção da minha mente, mas sim de fato uma inteligência sobre-humana), ainda assim eu não teria motivo algum para acreditar em qualquer “revelação” que me fosse feita. Por que eu acreditaria na história que o ser me contasse? É provável que a verdade é a última coisa que me ele me contaria.
Eu poderia, por exemplo, imaginar que esse ser é um programa administrador da Matrix (a sístase) na qual a humanidade está presa e que o meu papel nessa história seria o de ser apenas mais um divulgador de desinformação (uma ferramenta de administração psicológica do gado humano), justamente para manter a “verdade” (cujo conteúdo eu desconheço) ocultada.
Eu não aceitaria a missão, mesmo sob ameaças – pagaria para vê-las sendo cumpridas.
Nota-se, novamente, como o problema da confiança no outro é uma questão central do agnosticismo.

45. A fé de uma pessoa em um discurso de mundo não sobrevive por muito tempo  se ela se dispõe a pensar com lógica e a estudar outros discursos de mundo "de mente aberta", ou seja, sem partir do pressuposto de que  eles são falsos.
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1 A esse respeito, podemos apresentar a seguinte "piada":

Todo homem é mentiroso.
Ora, todo filósofo é homem.
Logo, todo filósofo é mentiroso.





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Tempore, quo cognitio simul advenit, amor e medio supersurrexit.