sábado, 28 de fevereiro de 2009

LIII - Acerca de esboços duma crítica à idealização e à idolatria das crianças.

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§ 53






"Se a gente parasse para pensar no custo, a gente não tinha filhos." (Dito a mim por uma bela garota gama de 23 anos, feliz e de bem com a vida, na noite de 05/08/2008)


"Se você for pensar racionalmente, você não teria um filho." (Professor doutor em economia ministrando aula sobre a teoria microeconômica da fertilidade na cadeira de desenvolvimento econômico do curso de ciências econômicas da UFPR, na data de 16/09/2008)

"Você nunca perde a esperança de recuperar 'o investimento' que você fez [no filho]." (Idem)

"A sociedade, ou mal ou bem, acaba impondo determinados padrões os quais se é discriminado quando se foge deles" (Idem, referindo-se à coerção social para que o indivíduo tenha filhos)

"Essa teoria microeconômica da fertilidade é, também ela, um retrato do princípio de prazer (as 'preferências', ou os 'gostos') curvando-se ao princípio de realidade (no caso, uma realidade econômica, na qual tudo é quantificável em dinheiro)." (Eu, nas minhas anotações dessa aula)


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Flashback # 5 - Iconoclastia reloaded - 19/05/2007



"Minha filhinha está cantando: 'ah-ah-ah-ah'. Não compreendo o que significa, mas sinto o que ela quer dizer. Ela quer dizer que tudo...não é horror, mas alegria." (O Diário de Vaslav Nijinsky, citado no final do capítulo IV do lvro O outsider - o drama moderno da alienação e da criação, de Colin Wilson.)

Estava eu, tranqüilo, almoçando, sozinho, em um restaurante vegetariano, como costumava fazer todos os sábados, quando adentraram ao recinto um pai, uma mãe, e a pequena filha, que tinha algo entre 2 e 4 anos. O espetáculo estava prestes a começar.
Enquanto o pai fazia o prato da pequena monarca, a mãe paparicava aquele ser desprezível, com as lorotas de sempre. O pai, passos rápidos, chega; a refeição é apresentada à criança, que com gestos de nojo a rejeita veementemente. A mãe ausenta-se para fazer seu prato, pois ela também tem direito à alimentação. Enquanto tentava, sempre em vão, convencer a cria a comer aquela colorida e saborosa comida, o pai, de vez em quando, ingeria um pouco do alimento destinado àquele macroaglomerado celular - não sei se buscando com isso "dar o exemplo" ou apenas aliviar sua fome.
A mãe, prato feito, chega; não para comer, mas para alimentar a fera. Tenta, também ela em vão, alimentar o bicho, o qual reage como se estivesse diante da coisa mais nojenta do mundo e que, não obstante a opulência alimentar que tinha diante de si, exigia unicamente o que não havia à sua frente: queria suco, e queria i-me-di-a-ta-men-te. Império dos sentidos.
Enquanto o pai, que se ausentara da sacra presença do animal, tentava escolher algo para alimentar o seu carcomido corpo, a criança - obviamente não se importanto com o ouvido dos outros que lá almoçavam, como eu, e que absolutamente nada têm a ver com a sua vida torpe de infante - gritava-lhe a exigência do atendimento imediato dos seu desejo supérfluo. O pai chega correndo com a bebida (ele certamente não teve tempo de escolher com calma e parcimônia os alimentos que iria ingerir - toda opulência do restaurante em vão): ele é obrigado a descuidar da própria alimentação; a criança, é claro, não quer nem saber: só ela importa, os outros que se fodam. Princípio de individuação. Pronto, chegou o suco, meu deus! Princípio do prazer. Nem por isso foi fácil fazer a menina simplesmente comer, coisa que deveria ser simples e óbvia - mas não é.
A rainha ficava olhando o mundo em redor, se mexendo, se pegando, fazendo qualquer coisa, menos comer. Apenas assisti até aí, já estava enojado, passando mal.
Como é que desgraçados e hipócritas têm a coragem de afirmar que as crianças são "puras" e "sem pecado"? Já estava, diante de meus olhos inescrutavelmente perplexos e dos pobres e atônitos pais, toda a merda de sempre: a mesquinhez, o egoísmo, o imediatismo, a animalidade, e o resto.
Para quê tudo isso, meu deus? Na melhor das hipóteses, caso a criança sobreviva e "vença" na vida, ela apenas conseguirá repetir o velho estribilho: casar, ter filhos...e assim o ciclo recomeça. Isso é o melhor que ela poderia ser, isso é o melhor que ela poderia fazer, isso é o máximo que a vida poderá lhe oferecer. E ache bom.

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"Então, a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis." (Gênesis, 3:4)


Ora, essa suposta virtude que as pessoas querem ver nas crianças (chegando à petulância de as verem como "anjinhos") é decorrente, no que concerne às próprias crianças, principalmente da sua ignorância. Elas para um olhar desatento e superficial parecem virtuosas pelo simples fato que elas não possuem, ainda, o discernimento para perceber: (i) quais são exatamente seus interesses (refiro-me àqueles interesses menos imediatos, que estão escondidos por detrás duma corrente causal ainda desconhecida pela criança) e (ii) que esses seus interesses estão necessariamente em conflito com o de outros indivíduos (como o interesse de comer qualquer ser vivo se opõe ao interesse desse ser de viver e se multiplicar). Se a criança fosse capaz de perceber isso, ela seria a primeira a passar por cima dos outros, indiferentemente.

Contra essa ilusão da virtuosidade infantil, a verdade disponível à experiência nos indica que qualquer adulto, por mais rasteiro e mesquinho que seja, é menos egoísta que uma criança. Como eu já disse antes, com o processo de educação (domesticação) o animal selvagem que todos nós somos ao nascer é condicionado à vida social, esse condicionamento inclui a diminuição do seu egoísmo e a modelagem desse egoísmo aos interesses sociais (da "coletividade"). A visão de que as pessoas se tornam mais egoístas na vida adulta é totalmente falsa (pois a verdade é exatamente a oposta): é que elas, agora que são adultas, percebem muito mais claramente quais são seus interesses e que esses estão em conflito com os de outrem. A criança ainda não viveu o bastante para aprender a ser hipócrita, embora já minta tão logo seja capaz de perceber a utilidade desse artifício.

Essa ilusão da virtuosidade da criança também se vincula à ilusão de que o ser humano - e a vida em geral - é "essencialmente bom" e de que é vida e esse mundo (os quais por alguma fatalidade - como o logro da serpente sobre Eva - temporariamente são "maus") que corrompem-no. Dessa forma, mantém-se em aberto a vã esperança de que uma configuração mais adequada e feliz desse mundo poderia corresponder ao desabrochar da bondade humana, supostamente presente na "pureza" da criança, levando-nos enfim a uma improvável e inacreditável conciliação entre o egoísmo e a virtude.

De forma análoga ao que já foi dito, é apenas a ignorância infantil (e não uma bondade legítima) que livra a criança de ser hipócrita e mentirosa: é que ela, que, em seu egoísmo, apenas vê a si mesma e não percebe os interesses alheios, simplesmente não percebe que precisa muitas vezes utilizar-se desses artifícios para obter o que quer. Mas com o seu "amadurecimento" a criança aprende, na marra (pois a vida a ensinará), como deve se portar em um mundo como esse.


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"E Deus os abençoou e lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; (...)" (Gênesis, 1:28) [Esse é o único mandamento que os humanos pecadores nunca tiveram dificuldade alguma em respeitar.]


Não é difícil perceber que uma das razões pelas quais as pessoas são condicionadas a idealizar as crianças reside na necessidade de procriação, para a qual tanto a sociedade quanto a natureza, de mãos dadas, preparam e coagem o indivíduo, essa marionete a qual é sua (da natureza e da sociedade) criação e legítima propriedade, sob todos os aspectos.

Afinal, se as pessoas de forma geral vissem as crianças com maus olhos, ou pelo menos com uma visão mais justa, científica e imparcial que a atual, certamente aí teriam um motivo adicional - e são tantos! - para não terem filhos. Como já disse Schopenhauer (O Mundo como vontade e como representação, § 60, Parerga e Paralipomena, § 156 e § 167, etc.) e como eu já ouvi - não sem surpresa - da boca de muita gente que absolutamente não conhece o filosofo do pessimismo, se pararmos para pensar se devemos ter filhos, se pesarmos os custos e os benefícios, tanto para nós quanto para o indivíduo que nascerá, nós muito provavelmente não teríamos filhos.



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"Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, pois, para que não estenda a sua mão, e tome da árvore da vida, e coma, e viva eternamente, a Senhor Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden, para lavrar a terra, da qual fora tomado." (Gênesis, 3:22-23)

Outra idealização hipócrita associada a essa questão das crianças e de ter filhos é aquela que afirma, ou insinua, que os pais "decidem" ter filho(s) por algum tipo de virtude e desprendimento moral. O quê?!

Sim, por mais sofrido que seja ter um filho, por mais ingrata que seja essa tarefa, por mais decepcionante e desiludido que seja o resultado, a verdade é que as pessoas são convencidas, pelo processo de educação e pela eterna polícia do pensamento da coerção social, de que poderão se "realizar pessoalmente", como "ser humano", tendo filho(s). Ou seja, o sujeito se reproduz movido por motivos egoísticos (que surpresa, hã?): para satisfazer sua vaidade com a paternidade/maternidade, para tentar, por meio do(s) filho(s), realizar alguma pretensão pessoal frustrada, para ganhar o respeito da sociedade e da família (que primeiro coagem ao namoro, depois ao casamento, depois ao primeiro filho, depois ao segundo filho...), como "garantia" (?) de que haverá alguém para cuidar dele na velhice, etc.

É claro que o comportamento virtuoso seria o da abnegação e o da renúncia, e é coerentemente a isso que a ideologia popular tenta falsificar, para aqueles que são tolos o bastante para acreditar, em desprendimento e abandono do ego um ato que é totalmente egoístico e mesquinho.

Mentiras análogas são contadas acerca do amor romântico e do amor materno: eles são pintados como sendo virtuosos, quando na verdade são (surpresa de novo!) mesquinhos e egoísticos: o indivíduo apenas busca satisfazer o seu ego faminto através do reconhecimento e da admiração do outro. O prazer feminino em servir é o prazer de se reconhecer útil, portanto necessário e "importante" (e o livro Ensaio sobre a cegueira, de Saramago, é esclarecerdor nesse sentido).

Com relação às promessas de realização pessoal, o indivíduo precisa acreditar que vai ganhar algo com o serviço que presta á espécie (reproduzir-se), pois em caso contrário, preso que está em seu egoísmo (ou mesmo, caso raro, consciente das conseqüências morais do ato), jamais se prestaria a tal tarefa.

É um mundo cheio de mentiras.






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Tempore, quo cognitio simul advenit, amor e medio supersurrexit.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

### 17 - Evidências de que Eclesiastes é o livro mais pessimista (e portanto sensato) da Bíblia.

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Vaidade de vaidades! – diz o pregador, vaidade de vaidades! É tudo vaidade. (1:2)

O que foi, isso é o que há de ser; e o que se fez, isso se tornará a fazer; de modo que nada há de novo debaixo do sol. Há alguma coisa de que se possa dizer: Vê, isto é novo? Já foi nos séculos passados, que foram antes de nós. Já não há lembrança das coisas que precederam; e das coisas que hão de ser também delas não haverá lembrança, nos que hão de vir depois. (1:9-11)

Por que quê mais tem o homem de todo o seu trabalho e da fatiga do seu coração, em que ele anda trabalhando debaixo do sol? Porque todos os seus dias são dores, e a sua ocupação é desgosto; até de noite não descansa o seu coração; também isso é vaidade. (2:22-23)

E certamente, ainda que vivesse duas vezes mil anos, mas não gozasse o bem, não vão todos para um mesmo lugar? Todo trabalho do homem é para sua boca, e, contudo, nunca se satisfaz a sua cobiça. (6:6-7)

Melhor é a boa fama do que o melhor ungüento, e o dia da morte, do que o dia do nascimento de alguém. (7:1)

Melhor é a tristeza do que o riso, porque com a tristeza do rosto se faz melhor o coração. O coração dos sábios está na casa do luto, mas o dos tolos na casa do alegria. (7:3-4)

Melhor é o fim das coisas do que o princípio delas; melhor é o longânimo do que o altivo de coração. (7:8)






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sábado, 21 de fevereiro de 2009

LII - Acerca de um "ensaio" sobre o filme Magnólia ocorrido na data de 25/06/2003 - Flashback # 4.

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§ 52





You should’ve never trusted Hollywood. (Serj Tankian, Lost in Hollywood)


Esporadicamente, Hollywood produz filmes que escapam à regra: são bons. É o caso de Magnolia (EUA. 1999).

Mas, o que o faz bom? É que essa obra de arte (e assim podemos denominá-lo sem mentira ou usura) não possui como única - única - preocupação o mero e frugal entretenimento: a fuga da realidade, que permite ao consumidor-espectador se libertar, efemeramente, dos grilhões de seu cotidiano medíocre e mecânico. Essa fuga de si mesmo é o objetivo de quase todos os produtos engendrados por Hollywood.

A outra preocupação do filme em questão é a reflexão, a discussão de idéias. Em verdade, não são as questões mais transcendentes do universo; mas são, sim senhor, questões - e isso já basta. O espectador é convidado á reflexão, à ação - e não somente à absorção passiva.

O leitor pode argumentar que todos os filmes estadunidenses possuem e transmitem idéias, já que essas são tão necessárias quanto inexoráveis ao enredo. Isso é verdade. Todavia, as idéias são, em geral, clichês (com destaque ao american way of life) - para que o consumidor-espectador se atenha preponderantemente à história, podendo, assim, abstrair-se melhor de si mesmo.

Já dizia Dostoievski que a obra literária (e me incumbo, àqueles que julgarem necessário, de estender seu dito ao cinema) apenas está completa quando produz o conflito, e, até mesmo, o desconforto no interlocutor.

Talvez Magnolia produza no espectador não-frívolo (aquele que já assistirá ao filme buscando analisá-lo) apenas um mero, ou até agradável, desconforto. Porém, desconforto mero e/ou agradável é melhor que desconforto nenhum.

Uma obra em dissonância com a grande parte de seus irmãos "hollywoodianos", Magnolia não é apenas bela: é como a flor que nasceu em uma esterqueira; ou numa valeta (escolha o leitor a comparação que lhe aprouver).





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Tempore, quo cognitio simul advenit, amor e medio supersurrexit.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

### 16 O Uso de 'Biossólidos' (e dos Resíduos Sólidos) e a Criação da Doença da Vaca Louca em Humanos.

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Resumo da Notícia: "A Estrada Para o Armagedom Estará Pavimentada com Fezes Humanas?" The Idaho Observer, http://www.proliberty.com/observer/20001206.htm, 12/12/2000.
"Seattle - A emissora de televisão KING 5 informou em 20 de novembro de 2000, que milhares de toneladas de borra de esgoto (fezes humanas processadas) que foi renomeada como 'biossólidos' estão sendo usados nas fazendas em todo o Estado e em outros estados do país. A prática causa preocupação em três áreas específicas com relação à contaminação da cadeia alimentar. (1) "... vestígios de drogas farmacêuticas sintéticas não-metabolizadas, tal como Prosac, antibióticos e hormônios estão aparecendo na água no subsolo na Europa e na América do Norte. Os níveis dessas substâncias estão sendo detectados porque até 95% das drogas sintéticas ingeridas não são metabolizadas e são expelidas pelo corpo na forma original na urina e nas fezes. Se as drogas prescritas estão sendo detectadas na água após ela ter sido tratada, podemos inferir que também estarão presentes nos 'biossólidos' que estão sendo utilizados das regiões agrícolas de todo o país." [ênfase adicionada]

(2) "A presença de metais nos 'biossólidos também preocupa."

(3) "A política de 'biossólidos' do Estado de Washington está provavelmente contribuindo para o mais funesto desastre no suprimento de alimentos que paira no horizonte humano: Os príons. Príons são cristais de proteína que crescem nos fungos dos grãos; são praticamente indestrutíveis. Estamos sendo expostos aos príons quando comemos a carne de animais, que são engordados com rações contaminadas. Também ficamos expostos quando comemos os grãos contaminados pelos príons... Se nosso suprimento de alimentos já estiver contaminado pelos príons, como as evidências parecem indicar, então a 'fertilização' das plantações com o sedimento humano vai agravar a situação". [ênfase adicionada]

"'Todo organismo depende de um suprimento alimentar para viver. Se o suprimento alimentar for alterado ou contaminado, o organismo precisará adaptar-se, ou se extinguirá', explica Clyde Reynolds. Os cientistas da Universidade Cornell têm sérias preocupações sobre o uso de 'biossólidos' como fertilizantes. Uma equipe de Cornell chegou a uma conclusão totalmente contrária às suposições da EPA sobre a segurança do sedimento humano. A equipe de Cornell descobriu que a Avaliação de Risco de Câncer da EPA 'não é protetora' e sua fiscalização e controle são 'inadequados'. Também descobriu que os agentes patogênicos [causadores de doenças] podem sobreviver no solo, especialmente em condições de umidade e de temperatura amena. A equipe de Cornell acredita que não existe um modo de proteger o público da contaminação pelos agentes patogênicos vivos."

A despeito dessas preocupações justificáveis, o Estado de Washington permite que a borra humana seja utilizada em todos os condados. O Estado não exige que procedimentos de teste sejam realizados para detectar os agentes patogênicos uma vez que os biossólidos tenham sido utilizados.

A População Está Sendo Enganada

O conceito mais difícil para os cidadãos comuns entenderem é que seu próprio governo possa querer matá-los, ou escravizá-los. Nenhum outro pensamento traz tantos pesadelos quanto esse; portanto, a maioria das pessoas rejeita categoricamente tal idéia. Elas atribuem todos os problemas do governo e todos os escândalos à cobiça, à estupidez ou à incompetência, mas rejeitam a idéia que os governos estejam planejando matá-las.

Agradeço a Deus por me ter permitido ver essa terrível verdade na Guerra do Vietnã. Aquela foi uma das guerras planejadas pelos Iluministas para preparar o cenário para o aparecimento do Anticristo. [Alice Bailey, The Externalization of the Hierarchy, pg 448-49]. O espírito-guia demoníaco de Alice Bailey, Mestre D. K., disse que essa guerra, mais todas as guerras após a Segunda Guerra Mundial, foram planejadas durante a reunião em Yalta, em 1945, entre o presidente Roosevelt, o ditador comunista Josef Stalin e Winston Churchill.

Fiquei totalmente envolvido naquela guerra. Ao receber minha convocação, logo após a Ofensiva de Tet, no início de 1968, ingressei no Serviço de Inteligência do Exército Americano, e fui enviado ao "Pentágono do Oriente", em Okinawa, onde servi por dois anos e meio. Repetidamente, vi situações em que o governo mentia descaradamente para o povo americano. Além disso, podíamos ver, do ponto de vista privilegiado da Inteligência, repetidas situações em que decisões civis ou militares eram tomadas para levar bons soldados do Exército e da Força Aérea à morte. Qualquer cego podia ver que aquelas decisões acarretariam a morte desnecessária dos homens, mas elas eram tomadas assim mesmo e, realmente, muitos dos nossos bons soldados morreram.

Naquele tempo, eu não conhecia nada sobre a Nova Ordem Mundial, nem sobre seu plano de reduzir a população à escravidão em um sistema global de governo, economia e religião, encabeçado por um homem chamado de O Cristo, a quem a Bíblia chama de Anticristo. No entanto, vi muitas situações em que nossos líderes no governo consistentemente tomavam decisões que acarretavam a morte de soldados norte-americanos.

Portanto, fiquei preparado para os terríveis detalhes da Nova Ordem Mundial, em que dois terços da população mundial estão destinados a serem aniquilados. Fiquei preparado para essas audazes afirmações do Plano, conforme relaciono a seguir:

1. Na nossa economia, "O crédito é apresentado como um puro elemento chamado 'moeda' e tem a aparência de serviço, mas é, na verdade, dívida, ou débito. Portanto, é uma indutância econômica, e não uma capacitância econômica e, se não equilibrada de nenhuma outra forma, será equilibrada pela negação da população (guerra, genocídio)... A guerra é, portanto, o equilíbrio do sistema, matando-se os verdadeiros credores..." [William Cooper, Behold a Pale Horse (leia a resenha), pg 43] Agora que devem existir muitas razões para fazer nossas dívidas serem pagas; a Nova Ordem Mundial planeja primeiro levar as pessoas a contraírem grandes dívidas e depois "equilibrar" o sistema econômico por meio de "guerras e genocídio".

2. "Quando o fluxo de valor econômico (por exemplo, dinheiro) diminui, o campo da população humana desaparece, de forma a manter o valor econômico (o dinheiro) fluindo (caso extremo - guerra)... a vida humana é medida em dólares..." [Ibidem, pg 45, 46]

3. "Tome o controle do mundo por meio das 'armas silenciosas' da economia em uma forma de 'guerra silenciosa' e reduza a indutância econômica até um nível seguro por meio de um processo de escravidão e genocídio benevolente". [Ibidem, pg 49] Aposto que você nunca imaginou que a escravidão e o genocídio pudessem ser "benevolentes", imaginou?

4. "Aqueles que não usam seus cérebros não são melhores do que aqueles que não têm cérebro, de modo que em uma família assim, pai, mãe, filho e filha, tornam-se bestas de carga úteis, ou treinadores de bestas." [Ibidem, pg 64] Anteriormente nessa mesma página, os cidadãos comuns são chamados de "o rebanho comum" e ninguém, exceto os ambientalistas reclamam quando os animais são mortos para a produção de carne. Portanto, não devemos ficar surpresos quando lemos mais tarde:

5. "O povo é um rebanho de ovelhas, e nós somos os lobos. Sabe o que acontece quando os lobos tomam o controle de um rebanho? [Protocolos dos Sábios de Sião, Protocolo 11]

6. "Uma mulher com um bebê recém-nascido está feliz demais para ver seu filho como bucha de canhão ou como fonte de mão de obra barata para os ricaços." [Cooper, pg 63]

Assim, podemos ver a pouca consideração que os planejadores da Nova Ordem Mundial têm por nós, os cidadãos comuns. Para eles, somos realmente repugnantes, e somos muito numerosos, muito mais do que é do agrado deles. Portanto, criaram propositadamente uma economia baseada na especulação, com muita oferta de crédito, para que, no fim, possam "equilibrar" o sistema por meio da guerra, para "eliminar os verdadeiros credores".

Agora que sabemos exatamente quanto desdém e aversão a liderança dos Iluministas tem por nós, as pessoas comuns, vamos retornar ao artigo referido do The Idaho Observer.


Prosac nos Campos de Plantação


Um dos materiais encontrados nessa borra que está sendo espalhada nas lavouras foi a poderosa droga comportamental Prosac! Os médicos e psicólogos criaram várias "crises" em seus campos de trabalho por meio das quais justificam o uso do Prosac e outras drogas que alteram o comportamento. Descobrimos agora que essas drogas poderosas estão aparecendo na água potável porque 95% delas não são metabolizadas pelo corpo humano, e são expelidas na urina e nas fezes! E, esse excremento humano está sendo utilizado na lavoura! Isso significa que muitas pessoas estão ingerindo Prosac sem saber. Nossa cadeia alimentar está contaminada pelas poderosas drogas de controle do comportamento!

Assim, compreendi rapidamente que existe um plano de usar Prosac e as outras drogas comportamentais para controlar a mentalidade e o comportamento da população! Veja:

"À medida que a transição para a Nova Ordem Mundial se torna mais difícil de gerenciar, a unidade familiar precisa ser cuidadosamente desintegrada e controlada pelo Estado; a educação pública e as creches operadas pelo Estado precisam se tornar comuns e obrigatórias por lei, para iniciar a separação da criança da mãe e do pai logo cedo. A inoculação de drogas que afetam o comportamento... pode acelerar a transição da criança." [Cooper, Behold a Pale Horse (leia a resenha), pg 64]

A partir desse parágrafo, podemos ver os muitos elementos que estão planejados para arrancar o controle das crianças de seus pais o mais cedo possível, transferindo a responsabilidade de inculcar os valores e atitudes para o Estado satânico e sem deus. Você pode verificar esses elementos por sua própria conta, para saber como seu filho está sendo manipulado e colocado fora do seu controle, mas quero enfocar as drogas de mudança do comportamento. Permita-me repetir a frase sobre as drogas: "A inoculação de drogas que afetam o comportamento... pode acelerar a transição da criança."

Cooper menciona duas drogas, Ritalin e Prosac. Veja o que ele diz especificamente sobre o Prosac:

"Usando drogas e hipnose em pacientes mentais, em um processo chamado Órion, a CIA inculcou nessas pessoas o desejo de abrir fogo em pátios escolares e assim inflamar o lobby contrário às armas. Esse plano está em execução, e até aqui, está funcionando perfeitamente. A classe média está implorando que o governo acabe com a Segunda Emenda." [Ibidem] Nota do tradutor: A Segunda Emenda da Constituição norte-americana assegura ao cidadão comum o direito de ter e de portar armas.

Já publicamos vários artigos sobre os desastres com as armas de fogo escolas deste país, e chegamos ao ponto de criar uma seção intitulada School Shooting em nosso sítio na Internet. Descobrimos que seis das ocorrências foram planejadas deliberadamente em um hexagrama satânico criado no solo, envolvendo a América do Norte e a América do Sul, por meio de um mapa, o que revela que esses desastres foram planejados e executados de acordo com o poder da feitiçaria ritualística. [Leia o artigo N1344, disponível no site da The Cutting Edge, é artigo inicial sobre o assunto. Nota de A Espada do Espírito: Somente dois artigos dessa série foram traduzidos até esta data: Os Jogos de Computador Embrutecem os Rapazes e Satanás Pode Controlar a Mente das Pessoas.]

Mas, em seguida, o autor de Nova Era Bill Cooper, solta a bomba sobre esse assunto dos tiros nas escolas:

"Nota do autor: Descobri que esses eventos [os disparos contra o público] realmente aconteceram em todo o país. Em todos os casos que investiguei - o incidente na escola de meninas e no shopping center, ambos no Canadá, o massacre de Stockton, na Califórnia, e o assassinato do rabino Meir Kahane - os atiradores eram todos ex-pacientes mentais ou eram pacientes mentais atuais que estavam sendo tratados com PROZAC! Essa droga, quando ingerida em certas doses, faz aumentar o nível de serotonina no paciente, causando extrema violência. Combine isso que uma sugestão pós-hipnótica ou controle por meio de um implante eletrônico no cérebro, ou microondas ou intrusão por ELF [freqüência extremamente baixa], e você tem os assassinatos em massa..." [Cooper, pg 225]

Incrivelmente, o atirador em Wakefield, Massachusetts, no fim de dezembro de 2000, esteve sob cuidados psiquiátricos por um extenso período de tempo antes de ter atirado nos seus colegas de trabalho. Ele tomou as mesmas drogas de controle do comportamento, como Ritalin ou Prosac? Ainda não vi esses detalhes serem divulgados, mas não ficaria surpreso com a revelação que ele estava fazendo uso de uma dessas drogas de controle do comportamento.

Nos nossos artigos na seção Schools Shootings, questionamos se os atiradores nas escolas tinham sido previamente programados mentalmente para que, quando uma transmissão eletromagnética ocorresse por meio de HAARP, eles ficassem motivados a disparar suas armas de fogo nas escolas; Agora, vemos que talvez estivéssemos certos o tempo todo!

Mas, por que o Prosac seria dado a toda uma população por meio desse método insidioso de contaminar a cadeia alimentar? Sei que parte do plano de suspender nossas liberdades e nosso Governo Constitucional envolve agitações incontroláveis nas cidades, dando assim aos líderes Iluministas a desculpa que precisam para instituir sua desejada ditadura chamada Nova Ordem Mundial. Será se um número maciço de cidadãos comuns está sendo condicionado por meio de uma droga que altera o comportamento, que foi ingerida para que, no momento certo, as transmissões de HAARP possam ser orientadas contra nós, fazendo muitas pessoas agirem de forma violenta? Essa questão retórica não é engraçada e nem está fora do terreno da possibilidade.

Agora, vamos voltar ao nosso artigo sobre a utilização da borra humana nas lavouras. Outro produto muito perigoso está sendo formado nos nossos cérebros por meio dessa contaminação da cadeia alimentar, os cristais de príons. Vamos voltar ao nosso artigo original no The Idaho Observer:

"Estado de Washington. A política de 'biossólidos' do Estado de Washington está provavelmente contribuindo para o mais funesto desastre no suprimento de alimentos que paira no horizonte humano: Os príons. Príons são cristais de proteína que crescem nos fungos dos grãos; eles são praticamente indestrutíveis. Ficamos expostos aos príons quando comemos a carne de animais, que são engordados com rações contaminadas. Também ficamos expostos quando comemos os grãos contaminados pelos príons...

"Os príons são cristais; os cristais são atraídos pela energia eletromagnética; nosso cérebro produz energia eletromagnética; os príons atraídos ao nosso cérebro causam lesões chamadas de encefalopatias; as encefalopatias causam inchaço do cérebro; a inflamação no cérebro causa a loucura... A doença dos príons, que foi chamada de kuru quando foi descoberta na Nova Guiné, no início dos anos 60, é chamada de Doença da Vaca Louca, no gado, e Creutzfeldt-Jacob em humanos (existem dados que mostram que 200.000 norte-americanos que receberam o diagnóstico do Mal de Alzheimer, na verdade podem estar sofrendo as conseqüências da doença dos príons.)"

Não é uma notícia extraordinária? Essa política de utilizar borra humana na lavoura faz com que os príons entrem no nosso suprimento de grãos, o que contamina o homem e os animais dos quais o homem se alimenta. Houve tantas reportagens negativas, e até mesmo histéricas sobre a Doença da Vaca Louca na Grã-Bretanha e na Europa que você acharia que nossos governos, tanto os estaduais quando o federal, procurariam evitar que algum príon entrasse na nossa cadeia alimentar, para que a Doença da Vaca Louca nunca chegasse a nós. No entanto, estamos vendo que a política governamental está encorajando os fazendeiros ao cultivo de plantações fertilizadas com sedimento humano. Posteriormente nesse artigo, descobrimos que o Governo Federal pagou US$400.000 a um fazendeiro do Estado de Washington para utilizar sedimento humano em suas plantações! É uma grande mudança, mas demonstra o compromisso do nosso governo de alastrar a doença, a morte e de exercer o controle mental sobre a população.
Veja como outro autor, Jerry Smith, fala sobre o potencial do uso de ondas eletromagnéticas para o controle mental de toda uma população:

"O que poderá uma nação, ou uma conspiração, fazer com uma arma que pode... induzir emoções, medo ou raiva, quando quiser? E se você pudesse fazer isso em uma grande área... cidades inteiras... continentes inteiros? Se puder ajustar a aurora para retransmitir uma mensagem em ELF [freqüência extremamente baixa], pode ter criado a máquina do 'biofeedback' final. O cérebro humano trabalha na mesma faixa de freqüência extremamente baixa que HAARP estará transmitindo. Isso dará aos operadores de HAARP a capacidade de enviar mensagens de rádio diretamente para dentro da cabeça de milhões de pessoas. HAARP poderia ser usada para produzir certas emoções e talvez até para enviar palavras. E, se seu transmissor suficientemente grande, o complexo HAARP [no Alasca], ou algo ainda maior, puder colocar 'idéias' diretamente na mente das pessoas? Idéias como 'renda-se' ou 'obedeça'? [Smith, HAARP, The Ultimate Weapon of the Conspiracy, (HAARP - A Arma Final da Conspiração)] pg 9-10.

Que tal outras idéias e frases, como "Este homem é o Messias. Ele é Jesus Cristo. Siga-o. Obedeça-o. Receba a marca na sua pele."? E, parece que está acontecendo diante nos nossos olhos, nas fazendas do país.

Quando as autoridades no Estado de Washington foram confrontadas com os perigos óbvios da utilização do sedimento humano nas lavouras, qual foi a reação delas? Admitiram o erro e prometeram parar com essa loucura? É claro que não, estamos tratando com o governo aqui. De acordo com o artigo referido:

"Apesar dessas preocupações justificáveis, o Estado de Washington permite que o sedimento humano seja utilizado em todos os condados. Não existem procedimentos de teste recomendados pelo governo para verificar patogenias após os 'biossólidos' serem utilizados."

Em seguida, esse artigo nos diz que a utilização similar do sedimento humano está ocorrendo em outros estados do país.

Se estamos tão próximos do fim de todas as coisas, como acreditamos que estamos, esses terríveis eventos fazem sentido. Além disso, somente por que estamos ouvindo agora sobre essa terrível prática de utilizar sedimento humano nas áreas agrícolas, não assuma que essa prática seja recente. Minha experiência no Serviço de Inteligência do Exército me ensinou que, quando você ouvir uma história pública sobre um novo desenvolvimento ou algum novo sistema de armamentos, pode ter certeza que aquilo já existe e que está sendo utilizado há dez anos ou mais.
O mesmo princípio aplica-se aqui. Essa prática de contaminar a cadeia alimentar com Prosac e com cristais de príons não é um fenômeno novo, mas provavelmente já vem sendo feito há décadas. O número relativamente pequeno da Doença da Vaca Louca na Europa e na Grã-Bretanha não é toda a história; o resto da história é que toda a população foi contaminada, não contraiu a Doença da Vaca Louca, mas já tem os cristais e as drogas de alteração do comportamento para poder ser manipulada no tempo correto e para a razão certa.

Você pode ouvir o galope dos Quatro Cavaleiros do Apocalipse? Apocalipse 6:1-8 pode estar muito mais próximo de ocorrer do que você imagina. Quando consideramos os claros sinais dos eventos que podem trazer o Anticristo à cena mundial, podemos facilmente ver em que tempos trabalhosos estamos vivendo.

Verdadeiramente, toda essa história demonstra que o mundo está na iminência de entrar na Nova Ordem Mundial, o reinado do Anticristo.
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sábado, 7 de fevereiro de 2009

LI - Uma breve crítica ao cristianismo e a sua mais atroz forma: o (neo)pentecostalismo - parte 3 de 16.

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§ 51








1 Crítica à fé.


A primeira pergunta que faço, ligada ao assunto, e aparentemente a principal (uma vez que a filosofia e a ciência já evoluíram o suficiente para propiciar a negação das religiões e dos credos em geral), é: por que, afinal, a fé continua a existir atualmente entre os homens, animais que se enaltecem conferindo a si mesmo o título de racionais?

Apresentarei três tópicos com o que julgo serem os principais motivos.

1.1 A exclusão social e a alienação



Sabe-se que vivemos no eoceno da ciência e da “razão”. Infelizmente, tal profusão de conhecimento é restrita (propositadamente?) a um pequeno número de indivíduos, principalmente em virtude da exclusão social e da alienação.

Não julgo necessário explicar que pessoas que não possuem o que comer (1,2 bilhão de pessoas viviam, em outubro de 2002, em estado de pobreza absoluta: cerca de um quinto da população de então) certamente não têm como aprender ou refletir criticamente sobre a integridade dos seus credos.

Mas julgo necessário me estender um pouco acerca da alienação: primeiramente, sabemos que está sendo implantado, em escala mundial, pela “globalização”, um sistema que, por fim, vai nos escravizar a todos permanentemente: o “neoliberalismo”. Um dos preceitos dessa oitava maravilha do mundo é o consumismo. A partir deste preceito, não é difícil perceber que, quanto mais as pessoas consumirem – de preferência se endividando junto à boa gente do sistema financeiro – “bens” (essa palavra é ridícula) supérfluos, mais fortalecido estará o sistema. Em outras palavras: o sistema necessita de consumidores compulsivos. E a única maneira de consegui-los é incutindo nos consumidores o materialismo exacerbado – o qual, por sua vez, entra facilmente, e lá se aninha confortavelmente, nas mentes ignorantes e alienadas (que aceitam tudo muito mais facilmente, inclusive a valoração de “bens” supérfluos como sendo essenciais) (O conteúdo desse parágrafo pode ser encontrado, em outras palavras, no capítulo III do Admirável mundo novo, de A. Huxley, escrito em 1932.)

Se muita gente não entende tal lógica é pelo simples motivo de que tal “nefasta criatura” já se aninhou em suas mentes.

Daí surgem os modismos, os ídolos e seus produtos de consumo descartável, que, ciclicamente, não se sabe de onde, retornam, com algumas modificações, a ser oferecidos às massas como algo novo e digno do dispêndio do seu tempo edo seu suado dinheiro.

A alienação incutida pelo neoliberalismo não atua somente sobre a ‘”mentalidade política” do “cidadão”, atua, também, no seu “raciocínio lógico”, e, principalmente na sua “capacidade crítica geral”.

O alienado deixa de conhecer criticamente a história e a filosofia não por que não foi à escola (como é o caso do excluído social), mas sim porque o objetivo dessa escola nunca foi – em país nenhum – o de formar cidadãos críticos; foi, isso sim, o de formar eleitores passivos, consumidores dóceis e trabalhadores disciplinados. Quanto ao conteúdo que é ministrado nas escolas, a maioria dos alunos não se preocupa realmente em “entendê-los”, pois tal coisa não lhes é – de forma alguma – exigido; basta ter na memória – durante o momento da avaliação e depois nunca mais – parte do conteúdo “ensinado” e assim está garantida a “aprovação” e o “progresso” para o próximo ano letivo (isso quando não há a abominável “progressão continuada”, situação na qual nem isso é exigido do futuro consumidor, eleitor e trabalhador). Escola ruim (inclusive as do “sagrado” EUA) e escola nenhuma são, do ponto de vista da libertação individual ante os grilhões opressores das crendices, basicamente a mesma coisa.

É mister ressaltar que o indivíduo pode ter ótimos conhecimentos técnicos e científicos – para exercer atividades no estreito limite da sua profissão, e nada mais – e, não obstante, ser alienado e aleijado intelectualmente – o que o impede de ver, à luz da ciência e das evidências disponíveis, os abundantes e muitas vezes óbvios defeitos do seu credo, ensejando-lhe os argumentos mais ilógicos e a cegueira mais profunda a fim de que sagrados dogmas não sejam negados por uma visão mais justa e razoável da realidade. Essas pessoas podem também, o que, convenhamos, já é um progresso, enaltecer a ciência e transforma-la em uma religião, negando-se a admitir os seus limites e, em alguns casos, a sua insuficiência.

Assim, a alienação necessária ao neoliberalismo é a mesma que, atualmente e não obstante o progresso do conhecimento vigente na “era da informação”, mantém as crendices: do horóscopo ao cristianismo, o que dá no mesmo. De que outra maneira 44% dos estadunidenses acreditariam que o mundo foi realmente criado exatamente como explica o Gênesis, ou 62% dos brasileiros acreditariam na existência e na atuação efetiva de anjos da guarda?

Os conhecimentos da nossa época, que são, sim senhor, suficientes para a negação da religião e das superstições em geral, são apresentados a poucos, e decifrados por um grupo ainda mais restrito.

Apenas a partir deste primeiro ponto podemos fazer uma reflexão sobre o que está ocorrendo “naquele país”, os EUA, onde estão pipocando “teorias científicas”, através de “ciências” como a “neuroteologia”, que supostamente “comprovam a existência de Deus”!

Suponhamos que haja, naquele país, um cientista, fruto de um sistema educacional alienante, que nunca tenha tido contato efetivo com a filosofia e com a história, que nunca tenha lido uma literatura (jacta-se de apenas ler livros técnicos – sempre relacionados à sua estreita área de atuação) – e que se leu alguma certamente foi um desses livros populares, despidos de qualquer significado filosófico, ou cheios de mentiras e lugares-comuns –, e cujo único contato que tenha com a arte seja mediante o glorioso cinema de Hollywood, o qual possui de arte, isso nas exceções – se é que há alguma –, um ou dois átomos, sendo de resto digno de lixeira.

Suponhamos ainda, ou antes, que haja, naquele país, um milionário “profundamente religioso” (que tenha um compromisso pessoal com os dogmas cegos da fé cristã ou de alguma seita imbecil qualquer). Talvez esse indivíduo seja um ator de Hollywood, ou talvez um magnata das telecomunicações. Se tal homem já nasceu em berço de ouro, então não temos mais nada a supor. Mas não, imaginemos que ele ascendeu da pobreza à riqueza, naquela que é a “mais esplêndida terra das oportunidades que o mundo jamais viu ou verá”. Nesse caso não custa lembrar, e nunca será bastante insistir nesse ponto, que os conhecimentos e a perspicácia que foram necessários para o seu enriquecimento não têm ligação alguma com o questionamento justo e honesto acerca da “verdade” última, das origens do universo e da vida, do significado moral da vida, etc. Ou seja, o seu sucesso como empresário ou político de forma alguma fazem dele autoridade em assuntos filosóficos transcendentes.

Finalmente, suponhamos que esse rico e religioso homem, quando teve a sua fé abalada por qualquer motivo (provavelmente os mais estereotipados possíveis: doença ou morte de familiares, etc.), decide que gastará parte de seu sobejo patrimônio para “provar cientificamente” a existência do deus dele. Por fim, cria um “instituto”, ou uma “fundação” e o forra com cientistas mercenários, como aquele que foi suposto logo acima.

Há alguma dúvida da legitimidade e da cientificidade dos resultados que poderão ser obtidos?

Embora eu acredite que a exclusão social e a alienação expliquem a maioria dos casos da permanência da fé, elas não explicam todos; e eu ainda tenho algo a dizer sobre essa questão.

Atenção: Como eu já disse no § 46, esse texto foi escrito em 2002, quando eu tinha 16 anos. Muito do que está escrito aqui já não representa com exatidão a minha atual forma de pensar. Porém creio que o texto ainda pode ser útil para aqueles que atualmente vivem situações (de apostasia) semelhantes às que eu vivi à época em que escrevi isso.

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Tempore, quo cognitio simul advenit, amor e medio supersurrexit.