(...) Daí resultam resistências que de todos os lados opõem obstáculo a esse esforço, essência íntima de todas as coisas, reduzem-no a um desejo mal satisfeito, sem que, contudo, ele possa abandonar aquilo que constitui todo o seu ser, e o forçam assim a torturar-se, até que o fenômeno desapareça, deixando o seu lugar e a sua matéria imediatamente açambarcados por outros. (Arthur Schopenhauer, O Mundo como Vontade e como Representação, tomo I, §56)
I am up in the clouds
I am up in the clouds
And I can't and I can't Come down.
I can watch but not take part
Where I end and you start
Where you left me alone
You left me alone.
(Radiohead - Where I end and you began)
Eles sempre estão ali,
Em toda parte, à espreita.
Não há paz.
Eles estão me olhando,
Todo o tempo.
A forma é mais importante
Que o conteúdo.
Eles me perseguem.
Atormentam...
...Meu corpo,
Vítima de si mesmo.
Torturado por sua própria cegueira.
Torturado por sua própria presunção.
Eles não têm piedade.
Eles não pedem piedade.
Eu não consigo sonhar.
Ai, se eu pudesse
Eu faria... qualquer coisa.
Se fosse tão fácil assim,
Eu já teria resolvido; mas
Eu fiz tudo o que pude,
E isso não é o bastante.
Somos cúmplices no mesmo crime.
Pagamos por ele todos os dias
Eu posso ver a dor em seus olhos.
Eu trocaria toda a minha vida
Por um único momento, que não virá.
Desperdiçado.
Confundem o que é real.
Sempre se escondendo.
Eles lêem meus pensamentos.
Sabem de tudo.
Deixam-me ver quem eu realmente sou.
Sem que eu consiga entender o que foi
Que eu fiz para merecer isso.
Sem que eu consiga entender como
Tal coisa pode acontecer.
Eu quero esquecer, completamente:
O que eu sei;
O que eu sinto;
O que eu faço;
O que eu sou.
Um dia não haverá mais dor.
***
Tempore, quo cognitio simul advenit, amor e medio supersurrexit.
10 comentários:
poutz...
Isso me inspira tristeza e, me perdoe se você for autor, piedade.
Quem quer que tenha escrito isso estava ou está em uma situação desesperadora, no sentido de que está indo tão profundamente contra a corrente do que chamo de "vontade de amor" que está se auto-destruindo.
Eu tenho uma relação de amoródio com o espiritismo, e me lembro muito bem de ouvir algo de uma amiga espírita que não esqueço.
Eu perguntei:"você sabe o que eu era na outra vida?"
Ela disse:"sei."
Perguntei, então: "quem eu era? o que fazia?"
Ela disse: "eu não posso te dizer."
Obviamente, depois disso, eu senti meu bom senso ser agredido, pois até eu poderia dizer isso pra qualquer pessoa. É filosoficamente insustentável: um sofisma.
Mas, como havia vinculo sentimental, eu tentei contornar a situação e nesse contorno eu entrei em contato com uma informação no mínimo intrigante.
Perguntei: "eu fazia mal ás outras pessoas? era uma pessoa má?"
Ela disse:"não"
Perguntei: "mas você não disse que não poderia me falar?"
Ela disse: "eu não falei nada que você não descobriria sozinho. Apenas deite na cama um dia e sinta sua própria essência. Vai ver que você tem amor no coração"
É claro que isso que ela disse pode muito bem ser resultado da percepção psicológica, mas isso hoje me trás idéias, no mínimo, intrigantes.
Porque nós somos movidos, de um lado, pelo mundo, e por outro por nossas escolhas que são baseadas na nossa natureza.
Reparei que fico negativo sim, mas isso só ocorre quando o mundo me ofende. Quando tudo acalma, e estou sozinho comigo mesmo, sobra o amor. Ele vive dentro de mim de tal maneira que nunca morre. Para estar triste eu sempre tenho motivo, para estar alegre não.
Eu sinto muitas vezes que estou sendo observado, mas eu poderia alterar essa poesia da seguinte maneira:
Eles sempre estão ali,
Em toda parte, à espreita.
Trazem paz.
Eles estão me apoiando,
Todo o tempo.
A forma é tão importante
Quanto o conteúdo.
Porque assim que eu alcancei "o andarilho" a minha vida interna se encheu de paz, e por mais que existam tormentos, a paz sempre acaba voltando.
Pelo que senti, quem quer que tenha escrito esse poema sente justamente o oposto.
As vezes a vida trás alegrias, mas no silêncio da noite, na hora de dormir, sobra o desespero.
Mas a vida não tem que ser assim.
Quando a vontade de amor é negada, ela causa uma pressão, pois quer sair. Essa pressão machuca. Mas quando damos abertura para o amor sair, a dor acaba, pois ele é a cura.
Como eu disse na poesia "libertou-se":
Libertou-se o que estava preso,
Saiu fluindo como o ar.
No início com pressão,
Mas depois suave.
Como havia de ser,
Rompeu meu peito.
Mas a pressão acabou.
E não estou despedaçado.
Se tiver tempo, leia algums tópicos do meu blog relacionados a isso com a boa vontade prometida para a leitura dos comentários.
O principal "Vontade de amor":
http://insilasbrain.blogspot.com/2009/04/vontade-de-amor.html
"Amor romantico: o caminho racional e o irracional.":
http://insilasbrain.blogspot.com/2009/03/amor-romantico-o-caminho-racional-e-o.html
E também: "A beleza como ambiguidade sentimental":
http://insilasbrain.blogspot.com/2009/04/beleza-como-ambiguidade-sentimental.html
Silas,
Sim, fui eu que escrevi. Obrigado por demostrar compaixão. Mas, felizmente, eu já melhorei desde que escrevi isso (também nada garante que não vou piorar de novo).
Eu não tenho amor no coração, pelo menos não no sentido de "alegria de viver". Às vezes eu sinto piedade dos outros, mas geralmente eu apenas estou projetando neles a pena que sinto de mim mesmo.
Muitas vezes já pensei que eu estou sendo castigado nessa vida por crimes cometidos em outra. Quanto a isso, se eu não matar ninguém ou não me matar acho que, nessa vida (supondo que esse negócio de reencarnação exista), já terei feito demais.
Digo-lhe novamente, para ficar claro, que não sinto esse amor do qual você fala, nem quando estou com os outros, nem quando estou sozinho: não sei o que é isso.
Uma coisa que eu percebi de particular em mim (e que não reconheço nos outros) é que, no fundo, eu realmente SINTO que a vida é ruim. Ou seja: EXATAMENTE O OPOSTO de vc, e da maioria das pessoas.
Eu disse que melhorei: não que eu tenha, exatamente, afastado esses sentimentos negativos (porque com o meu psicanalista eu descobri QUE NÃO OS QUERO AFASTAR): eu apenas aprendi a lidar melhor com eles (pelo menos por enquanto).
Vou ler as suas indicações e comentá-las (mas não hoje, que já está tarde...)
P.S.: O capítulo XXXI é BEM mais pesado: eu escrevi ele ao longo de várias das minhas crises depresivas, quando eu ficava deitado na cama pensando em me matar. Na verdade esse capítulo "Eles não têm piedade" era para ficar dentro do XXXI, mas não ficou por causa de uma mensagem subliminar que ele tem (e que vc não percebeu - talvez pq ela só exista na minha mente).
Não percebi mesmo qualquer mensagem além do que comentei, mas seria interessante saber.
Minha piedade funcionava, naquela época, da mesma maneira. Eu sentia minha própria miséria nos outros. Ao que parece há diferenças entre minha fase de Schopenhauer e a sua, mas acho que não custa dar aqui uma definição. O meu lado sombrio já está no meu blog, no post " a beleza como ambiguidade sentimental".
Ali você verá a poesia mais sombria que eu já escrevi. Vou colocar um trecho aqui:
"A desordem reina em mim
e dominará o mundo
só sinto amor pela morte
a destruição é meu guia.
Deixe-me em paz
sozinho no escuro
com ódio no coração
e uma lâmina na mão."
Eu já pensei em me matar também, mas havia uma luz lá dentro. Não sei e há em você, mas essa luz existia num livro que até hoje eu estou escrevendo.
Nesse livro eu encontrei uma personagem chamada Stela, e por uns dias eu vivi um amor imaginário com ela. Eu não dormia de noite, então não custava imaginar coisas bonitas. Nesse ponto eu criei um mundo que, pelo menos para mim, era lindo, cheio de fantasias. Ficava conversando com ela sobre tudo, e acabava que minha imaginação me dava boas noites de sono.
Depois o mundo externo me deu mais pancadas (como sempre) e eu desiludi.
Passei a me desprezar por ter nascido num mundo miserável como essa onde a felicidade só é possível quando estamos de olhos fechados imaginando.
Eu concluí algo parecido ao que você disse. Que o amor existe, mas que eu não era digno de vivê-lo. Você diz que não conhece e que não sente, não colocando a culpa disso em si próprio, enquanto eu colocava. Sempre fui duro demais comigo mesmo.
Mas aí um dia eu estava por aí na internet lá no yahoo respostas e achei uma pergunta de uma menina reclamando do namorado(uma reclamação bem elaborada). Decidi falar do amor que eu "teoricamente" conhecia, porque senti vontade e achei que isso me faria bem.
Ela gostou e começamos a trocar e-mails, começamos a confessar nossas tristezas um para o outro e quando fomos ver, estávamos unidos pela tristeza num relacionamento “romântico” que logo acabou pra dar lugar à amizade, pois ela mora em Londres. Com o tempo, nossa amizade foi nos curando, e eu fui recuperando velhos amigos, com os quais eu também conversei. Falei dos problemas e eles falaram dos deles.
Com o tempo, o contato com os outros foi me trazendo mais equilíbrio, e eu fui adquirindo a paz que hoje eu tenho, mas que foi selada por evento quase inexplicável.
Um dia, na minha sede de debate, eu fui falar de espiritismo com um amigo. Havia outra participante, que logo de cara me agradou.
Conforme conversamos, logo o assunto deixou de ser espiritismo e fomos nos conhecendo melhor. O assustador aí é que ela era igual à Stela, minha amada imaginária, em cada mínimo detalhe. Nós nos encontramos, e quando vi o brilho nos olhos dela não restou nenhuma dúvida: elas eram a mesma pessoa. Isso fez esse amor de que falo e tornar real. Tirei uma foto com ela e saí com cara de demente. Cara de gente feliz.
Na minha visão, foi o amor que me curou. Primeiro eu busquei isso dentro de mim, na criatividade, e fui capaz de criar um mundo lindo.A partir daí eu desenvolvi um amor próprio inabalável. Depois eu fui me relacionar com o mundo, como um Zaratustra saindo da montanha, e passei a amar o amigos, depois ela e agora a vida.
Eu não nasci amando, meu amigo. Essa não foi a minha primeira palavra. Na verdade foi, até agora, a ultima que aprendi, e a que mais teve valor. Só que se você só poderá amar outra pessoa e a vida quando olhar para dentro de si e passar a se amar. Aí você poderá receber e dar amor, pois só dá amor quem tem, e ninguém nasce amando. Não se engane sobre a maioria das pessoas: a maioria vive felicidade de mentira, baseada em bens materiais, e nesse sentido Schopenhauer tinha razão em parte, com exceção de que nem todos são assim. A superficialidade em que a maioria das pessoas vivem, ao meu ver, está longe de ser felicidade: passam a vida toda buscando dinheiro por quererem ser felizes, então umas não o são por não conseguirem e outras por conseguirem e descobrirem que isso não trás felicidade.
Interessante a sua história. Parece-me relativamente plausível que nós devemos nos esforçar para acharmos esse amor, que ele não se encontra espontaneamente em nós. Porém, quanto a mim, cabe ressaltar que essa sua idéia de pensar em coisas boas, de criar um "mundo lindo" na imaginação, não me parece nem um pouco sedutora: imaginar um mundo melhor, ou ficar sonhando com uma vida idealizada, apenas me trás mais sofrimento: pois eu lembro da minha miséria e do meus desejos irrealizáveis. Por isso, a forma de escapar da dor, para mim, é o esquecimento e a indiferença. Não posso deixar de citar uma música do Silverchair, cuja letra me chamou a atenção imediatamente quando eu a ouvi:
Dreams are bad
When all they do is leave the truth behind
Dreams are bad
When negativity's a state of mind
(O nome da música é Untitled)
Com relação ao ato de jogar a culpa, eu realmente tenho a tendência de jogá-la "na vida", "no mundo", "no sistema", ou seja, numa generalidade fantasmagórica (não em pessoas e muito menos em mim mesmo). Uma interpretação freudiana poderia afirmar que eu projeto nesses fantasmas a figura dos meus pais, e isso me parece razoável.
Aparentemente a sua libertação da sua "fase de Schopenhauer" dependeu desse acontecimento inesperado, e totalmente fora do seu controle. Percebo que é comum um momento de ruptura assinalar as mudanças nas vidas das pessoas (por exemplo, o caso do apóstolo Paulo, entre tantos outros).
No meu caso, eu não poderia "recuperar" os amigos, pois nunca os tive. As poucas pessoas que me foram próximas se afastaram, e eu julgo que com razão, pois eu sou alguém cansativo. Não me sinto culpado por isso e também não tenho muito interesse em revê-las: as pessoas, com o tempo, também me cansam. Não tenho nenhuma lembrança feliz da minha infância: ela foi um longo tédio pontuado por alguns momentos trágicos.
(Com relação à mensagem subliminar, a única coisa que eu me permito lhe dizer é o seguinte: quem são esses "eles", perceba que essas pessoas não são mencionadas no cap. XXXI)
É bem verdade que no mundo ideal nossa alegria é falsa, e eu constatei isso, creio, da pior maneira possível.
Mas eu acho que foi com esse mundo que comecei a ter informação positiva para passar adiante, pois eu antes era tão negativo com as pessoas que só tinha um amigo, que me acompanhava nos shows de heavy metal. Acho que éramos amigos apenas por termos esse interesse em comum.
Aí a partir desse dia eu pensei que talvez pudesse ajudar a menina com essas idéias, e daí, percebendo isso, ela acabou fazendo o mesmo comigo.
O mundo ideal não me ajudou, e creio que não ajudou a ela também.
Acho que foi nossa cumplicidade que ajudou.
Meus antigos amigos eram os de infância. Aliás, era só um. Um primo. Que ainda é meu amigo, e faço de tudo pra recuperar das crises autodestrutivas.
Acabou que foi a força coletiva que me ergueu, pois eu mesmo não poderia me recuperar sozinho.
Eu também não queria amizade. Meus amigos eram os livros. Mas acabou que foi aquela amizade que começou meu processo de cura. a minha infância foi bem conturbada também. Posso me dizer órfão com razão, pois meu pai nem conheço e minha mãe eu nunca via porque só trabalhava.isso em falar na repressão religiosa e que la pros 15 anos eu saí de casa..
Mas a questão aqui, que acho que você nega, é que no fundo o que você quer é um bom amigo. Talvez no fundo você saiba disso. Mas afinal, não te agradou o fato de eu ter me interessado no blog?
Apesar de eu estar positivo eu creio que há muito em comum entre nós ao ponto de haver a possibilidade de uma amizade.
Porque amizade de verdade é coisa difícil de achar: a maioria das pessoas só são amigas por causa de condicionamentos sociais.
Já pensou nisso?
Não creio que seja bem assim... Vc não é primeira pessoa que me diz que eu preciso de amizade ou de amor. Embora concorde que essas coisas pudessem melhorar a minha vida, penso que reduzir meus problemas existenciais a isso seria “simplificar a minha complexidade” (ou a minha pretensão de ser complexo).
Com relação ao fato de eu ter lhe dito que “fui com a sua cara”, isso não tem a ver com o fato de vc ter se interessado pelo meu blog, mas sim porque eu percebi que, tanto aqui no blog como, e principalmente, no orkut, vc sempre responde às pessoas com sobriedade, mesmo quando elas lhe agridem, são grosseiras ou usam argumentos estúpidos.
Dizer que seus problemas existenciais são complexos demais para serem resolvidos por amizades e pelo amor é colocar uma barreira lógica à priori.
Afinal, pelo que você disse, você parece nunca ter tentado isso, e está pairando por um conceito puramente abstrato e se negando (seja por que motivo for) a aceitar uma solução.
Vou tentar usar minha imaginação para encontrar o motivo.
1) Você está ampliando o valor da sua própria complexidade. Assim, você fica como se fosse um gigante que afirma não ter efeito nele o remédio dos pequeninos. Nesse sentido você quer dizer que é “complexo demais” para que o amor ou a amizade te ajudem. Pelo menos completamente.
Se for isso eu tenho objeções lógica e empíricas.
Em termos lógicos eu poderia dizer que o amor e a amizade são a porta para o mundo externo, de onde encontramos a informação que torna nosso pensamento mais complexo. Em outras palavras, quanto maior é o contato PROFUNDO com outras pessoas (que é através da amizade e amor) maior será a complexidade alheia que absorvemos. Assim, absorvendo a complexidade do outro, nos tornamos mais complexo e profundos em nosso pensamento e sentimento. É justamente por isso que eu vivo caçando debates pela internet.
Em termos empíricos, eu poderia partir da premissa de que tanto nossa complexidade quanto nossa história são um pouco parecidas para me usar como exemplo prático de que há solução para o dilema. Mas amizade não se encontra em cada esquina, e a vida pode ser dura o bastante para só colocar no nosso caminho pessoas preconceituosas e superficiais. Mas a questão aqui é que você cria uma barreira na sua frente, e acaba por impedir que pessoas que têm profundidade para serem amigas o sejam.
E eu não disse pra você sair por aí buscando amizades. Ofereci a minha. O que você tem a perder?
2) Você considera o amor e a amizade coisas demasiadamente superficiais, e mesmo sem se considerar a mais complexa das criaturas (um gigante) você não acha que coisas como essas poderiam te curar, mas que antes só seriam anestésicos.
Em outras palavras, você considera a amizade e o amor como sendo coisas simplórias demais para terem utilidade.
Mas o amor e a amizade nada têm de superficiais. Na verdade, nós amamos com o amor que temos.
Nesse sentido, quanto maior for a profundidade de uma pessoa, maior será a profundidade da amizade, podendo esta ser superficial e estúpida se os amigos assim forem ou profunda e complexa.
Como conceitos de intensidade variável, o amor e a amizade podem curar qualquer pessoa. Seja superficial ou profunda.
Pelo que observei, são as amizades que nos tiram do abismo, no sentido de que nos colocam num nível equilibrado e neutro, e o amor nos eleva.
Nesse sentido, ambas têm funções parecidas, que são diminuir o peso de nossos tormentos, mas com a diferença de que o amor não nos eleva se estamos afundados no abismo, porque lá não há amor. Só desespero. Se, num estado em que só podemos inspirar aversão ou piedade, que é o abismo, encontrarmos um amor, estaremos apenas tendo sorte, porque o amor que faz voar geralmente só vem quando estamos prontos. E mesmo encontrando nós estaremos correndo o rico de perder a chance de vive-lo, pois não adinta ter asas se somos muito pesados.
nesse sentido, não é um caminho fácil e muito menos superficial. Muito pelo contrário, é trabalhoso.
Mas nessa vida nós trabalhamos com tanta coisa que não gostamos e que não nos trazem coisas que queremos de verdade, não é?
Porque não tentar encontrar a felicidade?
Nem sempre eu mantenho a sobriedade. Na internet é fácil, pois eu não tenho que me submeter o tempo todo a esse tipo de comportamento. Mas no cotidiano familiar, por exemplo, duas de três pessoas são assim, e ter com conviver com isso não é fácil.
Tem dias que estou de bom humor, então fico calado ou argumento calmamente, mas têm outros em que eu não aguento e digo o clássico: "vai à merda. você é burro(a) e preconceituoso." Não acho isso uma coisa positiva, mas também não suo santo ao ponto de ouvir todos os dias coisas como: “você precisa ir para a igreja”. ou: “você precisa sair pro aí e fazer amigos”. A vezes eu explico que já saí e que sei que só posso ter colegas, mas essas pessoas são tão superficiais que de pouco diferem um amigo de um colega. Sobre a igreja eu já desisti de comentar.
Então sejamos amigos. Se não adiantar, estou certo de que ninguém perderá nada, mas se adiantar eu terei um bom amigo e você também.
Sejamos amigos, então. E vamos ver no que isso vai dar.
você tem msn?
Não. Não tenho o costume de utilisar (a conversa do cap LX foi realisada com o msn do meu irmão - que esta aberto quando eu estava usando o computador dele). Mas pelo que eu sei o orkut agora tem um serviso análogo ao msn, não? Você pode me adicionar no orkut. Caso não me encontre lá, ainda resta o e-mail.
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