sábado, 19 de abril de 2008

MDCCXVI – Acerca da investigação efetuada, após recebimento de denúncia, sobre suposta mulher reptiliana a trabalhar numa padaria. (Flashforward # 1)

.



§ 1.716








I'm living in cloud cuckoo land. Radiohed, Like Spinning Plates.


Fora-me informado que uma jovem reptiliana estaria trabalhando em uma padaria no bairro NoVMud -7, no 7º andar do subsolo. O informante era confiável.
Ao sair do trabalho, às 5:00 AM, fui, vestindo minhas botas novas e um bonito chapéu, investigar o caso.
Enquanto me dirigia ao local passei por várias pichações de cunho político, algumas contrárias e outras favoráveis ao atual regime; exemplos: “NÃO AO IMPERIALISMO SENEGALÊS!”, ou “LEGALIZAÇÃO DA CARNE JÁ!”, ou “MAITRÉIA SEMPRE TEM RAZÃO” ou “MORTE AOS MONOGÂMICOS” ou ainda “ARIANOS FEDEM”. Também passei por um casal de andróides lésbicas que se beijavam num canto bem iluminado. Banalidades...
Chegando lá eu, para disfarçar, comecei a andar pelas paredes. Havia apenas dois funcionários, um homem no caixa e uma senhora atrás do balcão.
Embora soubesse que a reptiliana aparentava ter menos de trinta anos, resolvi verificar a senhora mais de perto (nunca se sabe...).
Fiquei perto do balcão, assistindo-a atender aos clientes. Fitava-a com afinco, a fim de ver os seus olhos. Ela percebeu a invasão e ficou desconfortável. Com relação a sua pele e a sua postura: tudo normal, normal demais.
Minha vez de ser atendido.
Enquanto olhava fixamente para os seus olhos, pedi uma inocente bomba de chocolate reconstituído.
Suspeita: "Qual delas?", mostrando-me várias numa bandeja.
Duan Conrado: "Qualquer uma".
Seus olhos eram normais. Ela não era reptiliana, definitivamente.
No caixa, observei um cartaz que dia: "Precisa-se de balconista com experiência e que não seja cristã".
Resolvi arriscar. Mantive o seguinte diálogo com o caixa, cuja pele morbidamente branca não deixava dúvidas de que ele era mais dos adeptos dessa nova terapia gênica para bloquear a produção de melanina no corpo:
Duan Conrado: "Ér...aquela moça,...com olhos de gato,...ainda trabalha aqui?"
Caixa: "Olhos de gato...Bem...ela....não trabalha mais com a gente."
Duan Conrado: "Aham. Desculpe perguntar, mas...o que ela dizia sobre esse negócio de ter olho de gato?"
Caixa: "Segundo ela, é uma espécie doença. Não lembro o nome..."
Duan Conrado:" Ham...entendo."
Ela deve ter fugido do inverno nuclear.




***

Tempore, quo cognitio simul advenit, amor e medio supersurrexit.

Um comentário:

Silas disse...

:D

Muito legal, cara...

Gostei...