sábado, 26 de julho de 2008

XXX - Acerca de alguém que conseguiu tudo que sempre quis: Não consigo imaginar semelhante coisa.

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§ 30







Citação de entrevista com Morgan Freeman para a revista Monet, no.°58 (01/2008), pág. 55.

"Existe alguma coisa na sua vida que você ainda não alcançou?"

"Não. [risos} Estou tentando me lembrar, consegui tudo o que sempre quis na vida. Eu vou continuar perseguindo e conquistando o que mais vier pela frente. Sou do tipo que pula no abismo para buscar os meus sonhos e desejos. E quanto mais alto for ele, melhor."



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Tempore, quo cognitio simul advenit, amor e medio supersurrexit.

sábado, 19 de julho de 2008

XXIX - Acerca da necessidade de abafar com auto-ajuda a angústia e a frustração decorrentes da miséria do real.

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§ 29








Me deixa ver como viver é bom/Não é a vida como está e sim as coisas como são. (Renato Russo)

Há alguns meses eu passei em frente a uma banca de jornal e vi uma revista, do Fantástico (o programa da televisão), com o Drauzio Varella na capa. Ela dizia algo sobre como, apesar de tudo, a vida é boa.
Engraçado. Há milhares de livros e revistas (sem falar nas intermináveis correntes de e-mails) que tentam nos ensinar a ver que a vida é boa, mas não há quase publicação nenhuma que faça o contrário (como única exceção, conheço apenas o velho Schopenhauer). E precisa? Para que se a experiência de viver nos mostra isso todos os dias? Muito pelo contrário, as pessoas necessitam esconder a terrível verdade justamente com esses livros e revistas, que são escritos aos montes (é só você entrar em uma livraria e onde quer que ponha os olhos você verá alguma auto-ajuda cretina; é nojento).

Se a vida é tão maravilhosa assim, se a sua beleza e a sua glória são evidentes e reconhecíveis imediatamente, se todas as pessoas são especiais e podem ser felizes,então por que precisamos ser lembrados disso o tempo todo?, então por que existe uma indústria bilionária da motivação e da auto-ajuda?








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Tempore, quo cognitio simul advenit, amor e medio supersurrexit.

sábado, 12 de julho de 2008

XXVIII – Acerca de pensamento niilista decorrente da efemeridade de todas as coisas - Donec voluntas fiat noluntas.

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§ 28








O tempo passa. O tempo acaba com tudo.






Um dia você morrerá; um dia qualquer pessoa que você entrou em contato morrerá; um dia a sua cidade não mais existirá; um dia o seu pais não mais existirá; um dia a humanidade não mais existirá; um dia qualquer vida nesse planeta não mais existirá; chegará o momento no qual esse planeta não mais existirá; depois não existirá mais o sol; nem, mais tarde, qualquer galáxia ou estrela; por fim, chegará o momento no qual não mais existirá qualquer fenômeno, tampouco qualquer registro de que em algum momento existiu algum fenômeno – será como se tudo nunca tivesse sequer existido.



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Tempore, quo cognitio simul advenit, amor e medio supersurrexit.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

### 4 – Laisser faire, laisser passer – 3.




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O empenho em prolongar a jornada de trabalho, a voracidade por trabalho excedente, os abusos desmedidos daí decorrentes, que não foram ultrapassados, assim nos diz um economista burguês da Inglaterra (John Wade, History of the middle and working classes), pelas crueldades dos espanhóis contra os índios na América, levaram finalmente à imposição de restrições legais ao capital.(...)

“O juiz do condado Broughton, presidindo uma reunião na prefeitura de Nottingham, em 14 de janeiro de 1860, declarou que naquela parte da população, empregada nas fábricas de renda da cidade, reinavam sofrimentos e privações em grau desconhecido no resto do mundo civilizado... As 2, 3 e 4 horas da manhã, as crianças de 9 e 10 anos são arrancadas de camas imundas e obrigadas a trabalhar até 10, 11 ou 12 horas da noite, para ganhar o indispensável à mera subsistência. Com isso, seus membros definham, sua estrutura se atrofia, suas faces se tornam lívidas, seu ser mergulha num torpor pétreo, horripilante de se contemplar... Não nos surpreendemos que o Sr. Mallet e outros fabricantes se levantem para protestar contra qualquer discussão... O sistema, como o descreveu o reverendo Montagu Valpy, constitui uma escravidão ilimitada, escravidão em sentido físico, moral e intelectual... que pensar de uma cidade onde se realiza uma reunião pública para pedir que o tempo de trabalho para os homens se limite a 18 horas por dia!... Protestamos contra os senhores de escravos da Virgínia e da Carolina. Mas, o mercado negreiro, com os horrores do látego e do tráfego de carne humana é por acaso mais ignóbil do que esta lenta imolação dos seres humanos, praticada a fim de se produzirem véus e golas para lucro dos capitalistas?” (Daily Telegraph, de Londres, de 17 de janeiro de 1860).

(Karl Marx, O Capital, Livro I, capítulo 8.3.)





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Os agentes econômicos respondem a estímulos na sua ação racional (i.e., ação capaz de formular estratégias e que não erra sistematicamente) e voltada ao seu interesse próprio (i.e., que busca a maximização de sua satisfação por meio do atendimento ótimo das suas necessidades).

sábado, 5 de julho de 2008

XXVII - Descrédito.

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§ 27







Observação que fiz essa manhã após ver propaganda da Gazeta do Povo na televisão: "É mais fácil para mim acreditar que Bush sênior é um reptiliano do que acreditar que a Gazeta do Povo é um jornal independente."





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Tempore, quo cognitio simul advenit, amor e medio supersurrexit.

XXVI – Consternação.

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§ 26






E se eu não existir? E se eu for apenas uma das personalidades de alguém que sofre de distúrbio de personalidade múltipla?




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Tempore, quo cognitio simul advenit, amor e medio supersurrexit.