sábado, 19 de julho de 2008

XXIX - Acerca da necessidade de abafar com auto-ajuda a angústia e a frustração decorrentes da miséria do real.

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§ 29








Me deixa ver como viver é bom/Não é a vida como está e sim as coisas como são. (Renato Russo)

Há alguns meses eu passei em frente a uma banca de jornal e vi uma revista, do Fantástico (o programa da televisão), com o Drauzio Varella na capa. Ela dizia algo sobre como, apesar de tudo, a vida é boa.
Engraçado. Há milhares de livros e revistas (sem falar nas intermináveis correntes de e-mails) que tentam nos ensinar a ver que a vida é boa, mas não há quase publicação nenhuma que faça o contrário (como única exceção, conheço apenas o velho Schopenhauer). E precisa? Para que se a experiência de viver nos mostra isso todos os dias? Muito pelo contrário, as pessoas necessitam esconder a terrível verdade justamente com esses livros e revistas, que são escritos aos montes (é só você entrar em uma livraria e onde quer que ponha os olhos você verá alguma auto-ajuda cretina; é nojento).

Se a vida é tão maravilhosa assim, se a sua beleza e a sua glória são evidentes e reconhecíveis imediatamente, se todas as pessoas são especiais e podem ser felizes,então por que precisamos ser lembrados disso o tempo todo?, então por que existe uma indústria bilionária da motivação e da auto-ajuda?








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Tempore, quo cognitio simul advenit, amor e medio supersurrexit.

Um comentário:

Duan Conrado Castro disse...

http://inexcelsius.blogspot.com/2009/11/vejam-por-si-mesmos-aonde-chegou.html